2013-11-20 11:35:31

Eleições autárquicas nesta quarta-feira em Moçambique


Decorrem nesta quarta-feira, em Moçambique, as eleições autárquicas. Segundo as notícias disponíveis, as operações de voto estão a decorrer sem incidentes e com bom grau de participação, pelo menos em Maputo, onde desde a abertura das urnas, às 7 horas, se formaram longas filas.
A cidade está com um trânsito inferior ao normal para um dia de semana, facto a que não é alheia a tolerância de ponto dada pelo Governo – decisão seguida por diversas empresas. Muitas lojas estão também encerradas.
No conjunto do país, segundo o presidente da Comissão Nacional de Eleições, Abdul Carimo Sau (citado pela edição on line do quotidiano português “Público”), a votação “teve início de forma muito serena e tranquila”.
As eleições são boicotadas pela Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, principal partido da oposição e antigo movimento guerrilheiro), que contesta a composição dos órgãos eleitorais, maioritariamente compostos por elementos da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique, no poder desde a independência, em 1975). Decorrem num momento de tensão político-militar que ameaça fazer regressar o país à guerra que viveu durante 16 anos, até 1992.
O Presidente da República, Armando Guebuza, foi o primeiro a votar na assembleia número 1 da Josina Machel (foto). Numa curta declaração, apelou à participação dos eleitores. Garantiu que “obviamente” está assegurada “a segurança dos cidadãos e de todo o processo” e considerou que há “algum exagero” quando se fala de insegurança na zona centro do país, porque os ataques armados que ali têm ocorrido são “em zonas muito bem identificadas e localizadas”.
São mais de três milhões os eleitores registados nas 53 autarquias do país. Nas últimas semanas sucederam-se ataques atribuídos à Renamo, no centro do país. A 21 de Outubro, forças militares moçambicanas ocuparam a base do antigo movimento rebelde em Satungira, província de Sofala, onde no último ano viveu o seu líder, Afonso Dhlakama, que está desde então em lugar desconhecido.
O porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, disse na segunda-feira ao PÚBLICO que os antigos guerrilheiros não vão andar aos tiros durante as eleições autárquicas desta quarta-feira, mas anunciou que o partido não reconhecerá legitimidade aos eleitos.
A importância das eleições transcende o âmbito local. Os resultados podem influenciar o diálogo pela paz e trazer novidades ao panorama político do país africano. A Frelimo só não preside a dois municípios – Beira, província de Sofala, e Quelimane, província da Zambézia. Essas autarquias são governadas pelo MDM (Movimento Democrático de Moçambique), terceira força no Parlamento, única que concorre contra o partido governamental em todas as autarquias e aspira a reforçar a sua influência autárquica.








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