Uberaba - (RV) - Neste ano, na Festa de Cristo Rei, finalizando o Ano Litúrgico,
também encerramos o Ano da Fé. Foi tempo (11/10/2012 a 24/11/2013) de reflexões, encontros,
simpósios e outras iniciativas, numa tentativa de revitalização da fé e motivação
para uma vivência cristã mais comprometida com a missão da Igreja.
A fé é dom
de Deus, mas passa pelos caminhos da cruz, onde Cristo foi proclamado “rei dos judeus”.
É o reinado da fé, um ato de obediência e de seguimento consciente do reino do alto,
diferente do reino puramente terreno. Reino da doação, da construção de valores que
irrompem na cultura secularizada.
Na história da vida humana, enfrentamos malfeitores
e atitudes que desqualificam a identidade do indivíduo. Diante de tudo que acontece
na convivência, somos compelidos a fazer escolhas, de aceitar ou repelir as diversas
propostas do bem. Isto reflete as atitudes emanadas dos dois crucificados na cruz
com Jesus Cristo.
“Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23, 43). Aquele que
foi qualificado como “bom ladrão”, consciente de seus atos escusos, expressa uma situação
própria pedida pelo do Ano da Fé. Ele reconhece seus erros e entende a infinita misericórdia
do Senhor. Recupera sua prática de fé e é acolhido na “mansão dos vivos”.
O
verdadeiro rei seja político, líder, pai ou mãe, não pode ser avesso às exigências
de seu público. Em concreto, é um a serviço de todos, tendo os mesmos sentimentos
que expressam o querer social. Na dimensão de fé, o “rei” existe para servir e não
para ser servido. Pior ainda quando explora a insensibilidade de seus dirigidos.
Viver
intensamente a fé em Deus é fazer um ato de libertação. Resgatar a humanidade das
condições de opressão, dos antivalores do mundo, que impedem a realização dos meios
pelos quais acontece o “já” e o “ainda não” da plenitude da vida. O “rei” que não
tem princípios de fé não consegue enxergar as realidades mais profundas da dignidade
da pessoa humana e não põe em prática os valores do reino divino.