Cardeal Tauran: "O diálogo inter-religioso torna o mundo mais seguro e iluminado"
Viena (RV) - "Vivemos num mundo em contínua mudança e cada vez mais provisório.
Não é possível viver sem se relacionar com os outros, sem partilhar com as pessoas
suas alegrias e esperanças, angústias e tristezas."
Estas palavras foram proferidas
pelo Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis
Tauran, na Conferência do Kaiciid, Centro Internacional para o Diálogo Inter-religioso
e Intercultural, que teve início nesta segunda-feira, em Viena, Áustria, e se encerra
nesta terça. O centro, fundado por Arábia Saudita, Áustria e Espanha, tem a Santa
Sé como organismo observador-fundador.
Em seu discurso, o purpurado frisou
que "o diálogo inter-religioso nos convida a não dar uma imagem negativa das outras
religiões nas escolas, universidades, nos meios de comunicação e discursos religiosos.
O diálogo inter-religioso nos ensina a não menosprezar as convicções religiosas dos
outros, especialmente na sua ausência, e a considerar a diversidade em todos os seus
aspectos como uma riqueza e não uma ameaça."
Ainda segundo o Cardeal Tauran,
"o diálogo inter-religioso nos impulsiona a ouvir e a conhecer melhor o outro, a pensar
antes de julgar e apresentar o conteúdo de nossa fé e nossas razões a fim de viver
com respeito e harmonia. O diálogo inter-religioso pode contribuir a devolver a Deus
o lugar que Ele merece, pode inspirar fraternidade, dar sabedoria e coragem para agir.
No centro de nossa preocupação está a pessoa humana, homens e mulheres. Eles são o
objeto de atenção dos líderes políticos e religiosos."
O Cardeal Tauran acredita
que uma das tarefas do Kaiciid é ser promotor da inteligência do coração, ou seja,
"o que nos inspira a respeitar tudo o que Deus faz em cada ser humano e o mistério
que cada ser humano representa".
"As religiões não devem gerar medo e atitudes
de superioridade ou exclusão. O Kaiciid pode se tornar um espaço para se conhecer
melhor e partilhar as próprias capacidades a fim de tornar este mundo mais seguro
e iluminado, onde se possa viver o espírito da fraternidade muitas vezes indicada
pelo Papa Francisco", concluiu o Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo
Inter-religioso. (MJ)