2013-11-17 13:28:59

"Francisco. Vida e revolução". Jornalista argentina conta Bergoglio


Cidade do Vaticano (RV) - “Francesco. Vita e rivoluzione” (‘Francisco: Vida e revolução’), é o título do Livro escrito por Elisabetta Piqué, jornalista do ‘La Nación’, já publicado na Argentina e que deverá chegar às livrarias italianas em 21 de novembro, pela Editora Lindau. O volume é uma coletânea de numerosos testemunhos, muitos deles inéditos, de pessoas próximas a Jorge Mario Bergoglio, desde que era jovem. A própria autora conhece Bergoglio há mais de dez anos. A Rádio Vaticano conversou com ela:

R: “Este livro nasceu em 14 de março, ou seja, no dia após a eleição, quando recebi um telefonema de Buenos Aires de uma importante editora argentina que me propôs escrever uma biografia do Papa. Naquele momento a idéia me assustava porque, não obstante eu – como conto no livro – o tivesse conhecido em 2001, quando veio a Roma para ser criado Cardeal por João Paulo II e naquela data nasceu esta amizade, porém, quando me pediram para escrever a sua biografia, bem, eu o conhecia somente desde 2001. Então, para mim, escrever este livro foi descobrir todo um passado e para fazer isto obviamente foi feita uma profunda pesquisa com testemunhos inéditos: de colegas da escola, de pessoas que ele ajudou, de jesuítas que o conheceram no período complicado em que ele foi provincial dos jesuítas... Descobri muitos aspectos inéditos para conseguir fazer um retrato, acredito, diferente”.

RV: Neste livro existem tantos testemunhos. O que talvez seja muito tocante é que Bergoglio não mudou, nos anos, nas suas características essenciais......

R: “Exatamente, neste sentido! Uma história que posso contar é que, indo ‘escavar’ neste passado que eu não conhecia, quando ele foi eleito, um dos meus seguidores no twitter me dizia: ‘Ele me deu a comunhão. Era criança quando Bergoglio era Reitor do Colégio Máximo, em São Miguel’; e me contou que graças a ele, que organizava acampamentos de verão para as pessoas muito pobres que viviam nas favelas ao redor do Colégio Máximo, conheceu o mar. E não é que ele fosse ao mar, porque como sabemos, o Papa nunca tirou férias na sua vida; então, organizava estes acampamentos graças aos quais muitas crianças tiveram a oportunidade de conhecer o mar. Era gente muito humilde, que ele sempre ajudou, silenciosamente, com ‘low profile’”.

RV: Você conhece Jorge Mario Bergoglio há mais de 10 anos. O que você observa que mudou, de alguma forma, além da questão da função que desempenha, do ministério obviamente, entre a sua experiência de Sacerdote em Buenos Aires e de Bispo de Roma?

R: “Seguramente mudou – e o dizem pessoas que o conheceram lá – que rejuvenesceu muitíssimo e que tem um sorriso permanente que talvez antes não o tivesse. Isto é, tem esta energia que evidentemente lhe vem de algo “mais do alto”. E também o dom da comunicação com as massas: consegue colocar-se em contato com todos e tem este sorriso permanente, que em Buenos Aires talvez não fosse assim. Tem esta energia que lhe vem de algum lugar e que faz sim que, desde a eleição, tenha rejuvenescido uns 10 anos”.

RV: Tem um capítulo que dedicas às homilias do Papa na Casa Santa Marta e as define como “as pérolas da Santa Marta”. Estas, efetivamente, são alguma coisa, como se lê no livro, sem as quais não se pode entender o Papa Francisco....

R: “Sim. Seguramente estas homilias, que de fato acompanhamos todos os dias graças à Rádio Vaticano, nas quais fala de improviso, acredito que façam parte de uma mensagem de reforma moral geral que ele procura transmitir. Na minha opinião, quando fala sem texto é muito mais eficaz que quando lê, e isto se vê também durante as Audiências Gerais, quando ele pula o texto: ele consegue comunicar-se melhor nesta maneira simples, direta, que é o segredo do seu sucesso. Este poder comunicar o Evangelho em maneira simples e fácil, compreensível para todos, não somente para os católicos”. (JE)








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