Atentos aos falsos messias de hoje - advertiu o Papa no Angelus, em que recordou os
cristãos perseguidos por causa da fé. Lançou também a "Misericordina"
O sol brilhava
esta manhã sobre a Praça de São Pedro, donde, ao meio dia, da janela do Palácio Apostólico,
o Papa Francisco se dirigiu, como todos os domingos, aos milhares de fiéis vindos
de várias partes da Itália e do mundo para ouvir as suas reflexões e rezar com ele
a oração mariana do Angelus…
Como já noutras ocasiões, o Papa partiu do Evangelho
deste domingo, em que São Lucas fala do discurso de Jesus perto do Templo, em Jerusalém.
Perante os que falavam da beleza desse Templo, Jesus recordava que haviam de "vir
dias em que daquilo que viam não ficaria pedra sobre pedra”. Preocupadas, as pessoas
procuraram saber quando e porquê, mas o que Jesus queria era chamar a sua atenção
para os falsos messias que haviam de aparecer em seu nome e, por isso, convidava as
pessoas a não terem medo e a não se deixarem enganar por eles, a discernirem e a
viverem esse tempo de espera como tempo de testemunho e de esperança.
Um
discurso sempre actual, pois que também hoje vivemos no tempo de espera da vinda de
Jesus, disse o Papa acrescentando:
“Com efeito, também hoje há falsos “salvadores”
que procuram substituir-se a Jesus: líderes deste mundo, santões e mesmo feiticeiros,
personagens que querem puxar para si as mentes e os corações, sobretudo dos jovens.
Jesus chama a nossa atenção: “Não ide atrás deles. Não ide atrás deles”. “E o Senhor
nos ajuda a não ter medo: perante guerras, revoluções, e mesmo calamidades naturais,
epidemias, Jesus nos liberta do fatalismo e das falsas visões apocalípticas.”
Um
outro aspecto ligado às palavras de Jesus nesse seu discurso era o pré-anunciação
do sofrimento por que havia de passar os que aceitavam a sua vinda, as suas palavras.
E a este ponto o Papar recordou os numerosos cristãos que ontem como hoje,
talvez hoje mais do que ontem, disse, sofrem por causa da sua fé. Saudou a sua coragem
e pediu que todos rezemos e sejamos solidários para com eles.
Por fim o Papa
recordou que “não obstante as desordens e os desastres que perturbam o mundo de
hoje, o projecto de bondade e de misericórdia de Deus, realizar-se-á, pois que Jesus
disse: com a vossa perseverança haveis de salvar a vossa vida” – um autentico
apelo, este, à esperança, à paciência, ao saber esperar os frutos seguros da salvação…
Depois da oração mariana do Angelus, o Papa saudou as famílias, famílias,
associações e grupos, vindos de Roma, da Itália e de várias partes do mundo, nomeadamente
Espanha, França, Finlândia, Países Baixos e recordou a comunidade eritreia que celebra
neste domingo a festa de São Gabriel.
Depois, quase em jeito de brincadeira
disse que o Papa é agora uma espécie de farmacêutico, anunciando assim a iniciativa
da chamada “Misericordina”, uma forma para concretizar os frutos do Ano da
Fé, - disse - que está quase a chegar ao fim. Trata-se de um "medicamento espiritual".
Está contido numa caixinha, que alguns voluntários irão distribuir enquanto deixais
a praça. Tem um rosário, com o qual se pode também rezar o "Terço da Divina Misericórdia",
ajuda espiritual para a nossa alma e para difundir em todo o lado o amor, o perdão
e a fraternidade.
A iniciativa já conhecida na Polónia, foi promovida e
organizada por Mons. Konrad Krajevski, Esmoleiro Pontifício; envolve um grande número
de voluntários recrutados no seio dos trabalhos do Vaticano e membros das suas famílias.
Este medicamento espiritual consiste num terço do rosário, uma pequena imagem da Divina
Misericórdia e um folhetim com a “posologia” , ou seja instruções para o uso e eventuais
contra-indicações. Tudo confeccionado como uma verdadeira caixinha de medicamentos.
O folhetim, começa por explicar o que é a Misericórdia, para quê e em que
situações é aplicada… depois, lê-se, por exemplo: “antes de tomar o medicamento,
procure um lugar tranquilo, por exemplo, o seu quarto ou uma igreja, ajoelhe-se, tranquilize-se,
pegue na imagem de Jesus Misericordioso, faça o sinal da cruz, olhe para a imagem
e, com confiança diga: Jesus confio em ti.”
As caixas foram produzidas
aos milhares e em quatro línguas: italiano, espanhol, inglês e polaco.
Mas
voltemos ainda às palavras do Papa depois do Angelus, momento em que recordou que
hoje é o "Dia das vítimas da estrada". Assegurando a sua oração e encorajou a todos
a perseverar no empenho da prevenção, porque a prudência e o respeito das regras são
a primeira forma de tutela de si próprio e dos outros.
Por fim concluiu, despedindo-se
com votos de bom almoço a todos…