Os direitos das mulheres árabes – um estudo da Thomson Reuters Foundation
As revoltas
da Primavera Árabe não trouxeram benefícios às mulheres e a sua situação em países
como o Egipto, a Líbia ou a Tunísia não melhorou, e até piorou. O Egipto é o pior
país no mundo árabe para uma mulher viver, de acordo com um ranking publicado nesta
terça-feira pela Thomson Reuters Foundation, citado pela edição on line do jornal
diário português “Público”. A Thomson Reuters Foundation é um instituto de pesquisa
ligado à agência Reuters, que regista também os perigos que espreitam as mulheres
na Tunísia, país liderado por um Governo islâmico, e na Líbia, onde os abusos físicos,
tentativas de extorsão e raptos de mulheres se tornaram mais frequentes no clima conturbado
do pós-revolução. O Iraque já esteve na vanguarda dos direitos concedidos às mulheres
em países árabes mas é agora o segundo pior na lista de 22 países, os 21 Estados da
Liga Árabe e a Síria (que foi membro da Liga até 2011). Na Arábia Saudita foram constatados
avanços na participação das mulheres embora simbólica, na política, mas socialmente
o país continua a surpreender pela negativa, e é o terceiro pior classificado do ranking.A
expectativa frustrada para os direitos das mulheres, enquanto uma das conquistas das
revoltas árabes ou das mudanças de poder, é aliás uma tendência notória deste inquérito
anual, elaborado pela terceira vez pela Thomson Reuters Foundation, que desenvolve
atividade jornalística, de investigação e de apoio a organizações não governamentais.
E que aponta porém como positivo o envolvimento mais ativo das mulheres nas causas
pelos seus direitos e liberdades. (RS)