2013-11-16 13:32:34

Massacre de jesuítas em El Salvador recordado neste 16 de novembro


San Salvador (RV) – Recorda-se neste 16 de novembro o assassinato de seis jesuítas e outras duas pessoas, cometido em plena guerra Civil salvadorenha, na Universidade Centro Americana (UCA), de San Salvador, em 1989.

O crime ocorreu quando soldados do Batalhão anti-guerrilha ATLACATL – treinado nos Estados Unidos – entraram na Universidade assassinando o Reitor, o espanhol Ignácio Ellacuría, junto aos co-irmãos Ignacio Martin Baro, Segundo Montes, Amando Lopez, Juan Ramon Moreno e o salvadorenho Joaquin Lopez, além da cozinheira Elba Julia Ramos e sua filha de 15 anos, Celina Mariceth Ramos.

Durante toda esta semana foram realizadas inúmeras atividades para recordar os “mártires da UCA”. Neste sábado, conclusão desta semana, será celebrada uma Missa diante do túmulo de Dom Oscar Romero, Bispo salvadorenho assassinado em 1980.

O jornal salvadorenho ‘El Farol’ publicou recentemente um documento pouco conhecido, arquivado no ‘Centro de Justicia y Responsabilidad’, intitulado: ‘O Coronel Montano e a ordem de matar’, que reconstitui a preparação do crime. Segundo o documento, o Coronel Guillermo ordenou a execução do sacerdote Ellacuría, ‘sem deixar testemunhas’.

A ‘operação’ durou cerca de uma hora e foi assim descrita no relatório: “Padre Martín-Baró abriu a porta da residência permitindo que os soldados entrassem. Após terem ordenado aos cinco sacerdotes que deitassem num desnível existente no jardim, executaram um a um. A poucos metros de distância, outro soldado matou Elba Ramos, que abraçava sua filha Celina. O Tenente José Ricardo Espinoza Guerra, o único soldado que mimetizou a face com tinta, confessou ter abandonado o recinto em lágrimas. O Padre Segundo Montes, recém assassinado, havia sido reitor quando ele era estudante. Outro protagonista do crime recordou que os jesuítas não pareciam perigosos, já que eram “bastante velhos, sem armas” e estavam “de pijama”. Mas disse que o seu coronel lhe havia dito que os sacerdotes eram “delinqüentes terroristas” e que o que contava “eram os seus cérebros”.

Todos os corpos foram encontrados com tiros na cabeça. Um sexto sacerdote foi morto enquanto rezava para que não fosse morto, enquanto os soldados discutiam em como fazer cair a culpa na Frente Farabundo Marti para a Libertação Nacional (FMLN). (JE)








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