2013-11-15 15:21:17

20 Anos do Novo Catecismo: "Os caminhos de acesso a Deus"


Cidade do Vaticano (RV)RealAudioMP3 O Catecismo nos ensina que o homem é capaz de Deus. Na natureza humana, o Criador deixou a sua marca, assim, a criatura livre e racional, tem no seu interior esta sede do seu Criador e portanto, procura encontrá-lo.

No nosso espaço dedicado aos 20 anos da publicação do Novo Catecismo, Monsenhor Antonio Luiz Catelan, vai refletir na edição de hoje sobre as vias de acesso ao conhecimento de Deus.

“Neste caminho da busca de Deus, antes mesmo de falarmos da Revelação e antes mesmo de falarmos de Jesus Cristo, Deus feito homem, nós podemos falar de certas vias de acesso ao conhecimento de Deus. Não são propriamente provas da existência de Deus, elas não tem um caráter científico, são caminhos que podem ser trilhados nesta busca de Deus. Caminhos que podem ser trilhados a partir da experiência humana mesmo e do existir no mundo.

O Papa Bento XVI, na Verbum Domini, aquela Exortação escrita após o Sínodo em 2008, ele fala que a natureza pode ser chamada de um grande livro. Citando Santo Agostinho ele fala de um ‘Liber nature’, livro da natureza, ou seja, a partir da criação de Deus, a partir da natureza mesmo se pode intuir elementos da presença de Deus.

O grande São Boaventura, falava que na natureza encontram-se vestígios de Deus. Vestígios indicam que teria que se olhar os passos, perceber pelos passos que por alí alguém passou e perceber a direção que aquela pessoa tomou. Então a própria natureza pode ser comparada a um livro onde se encontram os vestígios de deus. E isto se encontra na Escritura mesmo, a própria Bíblia Sagrada fala disto, no Antigo Testamento, no Livro da sabedoria, no Livro do Eclesiástico. E São Paulo, na Carta aos Romanos, recolheu estas informações de uma maneira muito bonita. Está no Capítulo I, versículos 19 e 20: “O que a respeito de Deus se pode conhecer, é manifesto, já que Deus mesmo deu a todos este conhecimento. De fato as perfeições invisíveis de Deus são percebidas pelo intelecto, não somente o seu poder eterno, mas também a sua própria divindade, através das suas obras, desde a criação do mundo.

O texto indiretamente citado, que é do Livro da Sabedoria, chega a dizer que se pode, através das criaturas, conhecer o Amor de Deus, porque Deus criou tudo porque Ele quis, porque Ele amou e depois de ter criado, Ele viu que tudo era bom e continuou amando, de tal maneira que o Amor de Deus é o motivo da criação, é o motivo pelo qual Ele criou tudo que existe, pois Ele é Amor e Ele é capaz de amar e de ser amado. O Amor, portanto, é a causa mais profunda de toda a criação.

Assim como também, a Escritura Sagrada, sobretudo São João, no Evangelho e na Primeira Epístola, vai dizer que este mesmo amor é a causa também da nossa salvação. No Evangelho, no Cap. 3, versículos 15 e 16, diz que Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho amado, não para condenar o mundo, mas que o mundo seja salvo por Ele”, ou seja, a Encarnação do Nosso Senhor é movida pelo Amor de Deus que quer que suas criaturas sejam salvas e não condenadas. É digno de nota, que São João não diz simplesmente que o Verbo se encarnou para salvar a humanidade, mas o mundo todo, ou seja, para realizar uma nova criação.

Possamos nós também, então, contemplar o Livro da natureza e nele perceber o poder e a divindade de Deus, mas sobretudo o seu grande amor por todos nós”.

Monsenhor Luis Antonio Catelan
Comissão da Doutrina da Fé – CNBB








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