Peregrinação à Ur, no Iraque, levará estátua e relíquia de João Paulo II
Cidade do Vaticano (RV) – Acolhendo a um apelo do seu Bispo Francisco, a Diocese
de Roma, por meio da Obra Romana de Peregrinações, realizará de 12 a 19 de dezembro
uma peregrinação ao Iraque. O grupo será formado somente por sacerdotes e jornalistas,
que rezarão pela paz no país, no Médio e no Extremo Oriente e no mundo. O destino
escolhido foi a histórica cidade de Ur, ‘Casa de Abraão’, onde será colocada uma estátua
de João Paulo II. “A peregrinação – explica o Vice-Presidente da ORP, Dom Liberio
Andreatta – havia sido organizada em 1999, não sendo realizada devido aos trágicos
acontecimentos bélicos”.
O Papa Francisco – ao final da Audiência Geral de
30 de outubro de 2013 – havia lançado um apelo: “Vos convido a rezar pela querida
nação iraquiana, infelizmente atingida cotidianamente por trágicos episódios de violência,
para que encontre o caminho da reconciliação, da paz, da unidade e da estabilidade”.
“O Santo Padre – observou Dom Andreatta – quis repropor a todos os fiéis o drama de
um país não ainda pacificado após mais de 20 anos desde o início da Segunda Guerra
do Golfo que causou entre 100 e 150 mil mortos, 1,5 milhão de refugiados e a fuga
de cerca da metade dos cristãos do país, em torno de 500 mil”.
Segundo o Vice-Presidente
da ORP, “ir ao Iraque representa um retorno às raízes, significa ir aos lugares onde
nasceu e viveu Abraão, Pai na fé de todos os crentes”. Ur, terra dos caldeus, a cidade
símbolo das promessas e da liberdade para todos os crentes no único Deus, representa
as origens comuns que unem Hebreus, Cristãos e Muçulmanos.
A peregrinação levará
uma relíquia do Beato João Paulo II – um fragmento da veste usada pelo Papa no dia
do atentado na Praça São Pedro em 13 de maio de 1981 e uma efígie, que antes da viagem
será abençoada pelo Papa Francisco. João Paulo II, durante seu Pontificado, desejou
ir ao Iraque e a Ur, sem conseguir no entanto realizar a peregrinação. Uma estátua
do Papa polonês será erguida em Ur, retratando assim o ‘Peregrino da Paz”. A iniciativa
quer demonstrar também que “é possível peregrinar a Ur, no Iraque, Casa de Abraão,
Pai de todos os crentes”.
Em 1991 a ORP deu início à tradição dos ‘gestos proféticos’
que foram todos abençoados pelo então Papa João Paulo II. Em 1991, “A Vela da Paz
em Jerusalém”, no final da Intifada em Israel. Em 1992, “A Virgem de Lurdes em Beirute”,
no Santuário Harissa, pela reconstrução espiritual e material do Líbano no final da
guerra civil. Em 1993, “Salvemos as Bem-aventuranças”, pela realização de um projeto
de salvaguarda dos lugares bíblicos da Galiléia, no Lago Tiberíades. Em 1994, “A Lâmpada
da Paz” em Nazaré, por ocasião do Ano Internacional da Família. Em 1995, “A Lâmpada
da Paz” na Catedral de Sarajevo no final da guerra na Iugoslávia. Em 1996, “O Candelabro
de Fé e de Paz” no Cenáculo em Jerusalém. Em 1997/1998: “Peregrinação a Hebron”, após
a tragédia junto ao túmulo dos Profetas, em Hebron.
Em 1999 havia sido projetada
uma peregrinação ao Iraque para preparar a viagem que o Papa João Paulo II deveria
ter realizado no ano 2000, não sendo realizada no entanto, devido ao conflito em andamento.
No Jubileu do ano 2000, de fato, o Papa Wojtyla realizou somente uma peregrinação
virtual e espiritual nos lugares de Abraão “Pai de todos os crentes”. (JE)