Bolívia: Bispos pedem eficiência e respeito à lei na investigação dos roubos à igrejas
La Paz (RV) – A Igreja Católica na Bolívia pediu à Justiça do país para que
as investigações sobre os roubos a templos sejam realizadas com eficiência e sempre
respeitando a presumível inocência dos implicados “até que se comprove ao contrário”.
Numa mensagem divulgada nesta segunda-feira, em Cochabamba, os Bispos manifestaram
sua preocupação pelo rumo que estão tomando as investigações sobre os furtos perpetrados
nos últimos meses em diversas igrejas do país.
“Como Igreja, somos os primeiros
interessados no esclarecimento completo destes fatos. Exigimos às instâncias responsáveis
uma investigação eficiente, que respeite a inocência dos implicados até que se demonstre
o contrário”, diz o comunicado.
A Conferência Episcopal Boliviana (CEB) recordou
que “sempre se manifestou favorável à lei em vigor e a uma administração de justiça
transparente e igualitária”. “Manifestamos nosso apoio e solidariedade aos sacerdotes
e religiosos que estão sendo vítimas desta situação, somente por estar prestando um
serviço pastoral nas igrejas que foram objetos destes delitos”, acrescentou a nota
lida pelo Secretário Geral da CEB, Dom Eugenio Scarpellini.
Um dos casos que
provocou maior preocupação foi o roubo perpetrado em abril passado no Santuário de
Nossa Senhora de Copacabana, na fronteira com o Peru. Naquela ocasião, ladrões retiraram
18 jóias de valor incalculável das imagens da Virgem e do Menino Jesus. Durante as
investigações, um sacerdote foi preso e outro permanece em prisão domiciliar.
No
comunicado, a CEB se questiona sobre “o que acontece com a reputação e a integridade
dos acusados, a que foram privados os direitos de defesa e apresentados à opinião
pública como culpados”. Segundo Dom Scarpellini, “com demasiada facilidade se transforma
as vítimas dos roubos, como sacerdotes e religiosos, em únicos suspeitos e culpados”,
sem aplicar nestes casos a presumível inocência antes de se comprovar o contrário.
“Pedimos
que a investigação avance o quanto antes e chegue aos verdadeiros culpados, não somente
em Copacabana, mas também em Potosí e em outros lugares do país”, acrescentou o comunicado,
pedindo que os religiosos possam defender-se em liberdade das acusações.
O
Bispo ratificou o compromisso da Igreja Católica em “cuidar os bens culturais e religiosos
que estão sob sua responsabilidade, porém, também pediu atenção e ajuda ao Estado
para resguardá-los como Patrimônio cultural em que se constituíram”. (JE)