Matola (RV) – Reunidos na cidade de Matola, os Bispos de Moçambique divulgaram
um comunicado sobre a tensão político-militar no país.
O Presidente da Conferência
Episcopal de Moçambique (CEM), Dom Lúcio Andrice Muandula, afirmou que os últimos
acontecimentos são sinais claros de que o país está em guerra, como demonstram os
ataques entre homens armados da Renamo (maior partido da oposição) e agentes do exército
governamental.
A CEM exige o fim imediato de todas as formas de hostilidade,
confrontos armados e que se reabra o caminho do diálogo.
Dom Lúcio pede ao
Presidente da República, Armando Guebuza, para que faça tudo que estiver ao seu alcance
para deter os confrontos armados e criar condições para um diálogo corajoso e concludente.
A
Conferência Episcopal de Moçambique apela igualmente à comunidade internacional, especialmente
às representações diplomáticas e às empresas envolvidas no desenvolvimento do país,
que favoreça a construção da paz, sem a qual as conquistas destes últimos anos estariam
em perigo.
A tensão político-militar em Moçambique se intensificou com o ataque
nos dias passados das Forças Armadas de Defesa de Moçambique contra a base da Renamo
em Satungira (província central de Sofala).
No quartel residia o líder da Renamo,
Afonso Dlhakama, cujo paradeiro agora é desconhecido.
“Moçambique encontra-se
hoje numa situação em que a paz está a ser espezinhada. Angustiados, testemunhamos
que está a ser derramado sangue inocente, seja de civis seja de homens em armas, todos
filhos desta nossa Pátria. Voltamos a ver as tristes imagens de mulheres e crianças
a abandonarem as suas casas e refugiar-se no mato; povo a sofrer porque vítima de
abusos e desmandos ligados ao clima de insegurança e agressividade que todo conflito
acarreta”, lê-se no comunicado da CEM.