2013-11-08 17:42:52

Peru acolhe Conferência Mundial de Mulheres Autóctones


Lima (RV) - Concluiu-se em Lima, Peru, a Conferência Mundial de Mulheres Autóctones. As líderes de várias etnias, provenientes de vários países do mundo, lançaram seu apelo aos governos e sociedades em geral para pôr fim à discriminação e violência que sofrem dentro e fora de seus territórios.

Pobreza, ignorância e indiferença são as palavras muitas vezes associadas aos grupos autóctones espalhados pelo mundo, os mais atingidos pelas discriminações quanto a oportunidades, renda e acesso aos serviços de base. O fenômeno se agrava quando se trata de mulheres.

Segundo a Agência Fides, as duzentas representantes pediram aos governos uma maior presença na agenda social. Não obstante as diferenças étnicas, linguísticas e culturais, compartilharam em plena sintonia histórias e experiências semelhantes de exclusão e discriminação, mas também de luta e resistência.

Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), somente na América Latina existem mais de 23 milhões de mulheres indígenas que enfrentam desigualdades sociais, étnicas e de gênero. Na África e na Ásia, são o triplo. Em 2004, o Fórum Permanente para as Populações Autóctones reconheceu que as mulheres nativas estão entre os grupos mais marginalizados e sofrem discriminações não somente por questões de gênero, mas também de etnia, cultura e classe social.

A ONU, por sua vez, destaca que a violência contra as autóctones tem várias formas, entre estupros, prostituição forçada, violência nos conflitos armados, escravidão sexual, mutilação genital, e outras práticas e tradições nocivas. A violência sexual é a mais difundida. No Peru, por exemplo, cerca de 37,6% das mulheres indígenas sofreram violência física ou sexual por parte dos parentes.

Além disso, segundo o Fundo da ONU para a População, milhões dessas mulheres e meninas, a maior parte da África, Oriente Médio e Ásia foi submetida a mutilação genital. Segundo as Nações Unidas, em todo o mundo os autóctones são cerca de 370 milhões, representam 5% da população mundial e 15% dos pobres do Planeta. (MJ)







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