Siria – explosão junto à Nunciatura. O testemunho do Arcebispo D. Mario Zenari, Núncio
Apostólico em Damasco
Na passada
terça-feira (dia 5) ocorreu uma explosão junto à Nunciatura Apostólica em Damasco
no bairro central de Malki não muito longe da praça dos Omayyadi. O arcebispo D. Mario
Zenari, Núncio Apostólico em Damasco testemunhou o sucedido para a Rádio Vaticano
ao microfone da nossa colega do programa italiano Giada Aquilino: “Aconteceu
uma coisa inesperada, apesar de aqui tudo ser possível. Estava a levantar-me, eram
6.35h, mais ou menos, quando senti um grande estrondo e atirei-me para o chão, tentando
evitar as janelas porque já aconteceu não ser só um morteiro mas dois ou três. Um
pouco depois telefonou-me o meu conselheiro e, de seguida as irmãs da Nunciatura dizendo
que tinha caído um rocket na Nunciatura. Saímos e constatamos os danos que, por sorte,
são limitados e não há feridos. Devo dizer que se fosse mais tarde, por exemplo meia
hora depois, quando, normalmente, nestes dias ainda amenos costumo celebrar as Laudes
num pequeno terraço exatamente ali, junto ao local onde caiu o morteiro, pode-se imaginar
o que poderia ter acontecido. Portanto, graças a Deus, não houve nenhum ferido, houve
só danos materiais na sede da Nunciatura bastante limitados.” Segundo D.
Mario Zenari estes rockets têm vindo a cair com alguma frequência nos bairros cristãos
e nos locais onde existe presença cristã. Sem retirar qualquer conclusão apressada,
o Núncio Apostólico na Síria constata os factos e dá alguns pormenores do que vai
acontecendo nesta guerra sem quartel:“...no sábado passado, no convento dos
Padres Franciscanos de Aleppo caíram dois ou três morteiros que fizeram danos no teto
e por sorte não houve vítimas, nem feridos. Nas últimas semanas, na zona velha de
Damasco, onde estão os bairros cristãos, caíram com uma certa frequência estes rockets,
estes morteiros. E, precisamente ontem, foi-me dito que desde o início do conflito
até aos dias de hoje caíram no bairro popular de Jaramana um número incrível de 2800
morteiros. Portanto, estamos todos no mesmo barco, seja em Damasco seja nas outras
partes do país.” (RS)