Guiné-Bissau: Sindicatos dos Professores do Ensino Público suspendem greve de 90 dias,
iniciada a 1 de Outubro passado
Os Sindicatos dos Professores das Escolas Públicas da Guiné-Bissau, Sinaprof e Sindeprof,
decidiram suspender terça-feira a greve de 90 dias, que vinha decorrendo nas Escolas
Públicas, como consequência da falta de pagamento de salários aos professores. O
que significa que mais de 20 mil alunos guineenses vão começar as aulas ainda esta
semana. Depois de várias negociações, "o governo de transição comprometeu-se em
pagar 6 dos 9 meses de salários a diferentes categorias de professores, contratados,
novo ingresso e doentes", assegurou Laureano da Costa porta-voz da Comissão da greve
dos dois sindicatos dos professores.
O pagamento deve começar hoje quarta-feira.
O
executivo de transição em diversas ocasiões garantiu aos sindicatos dos professores
que não tinha dinheiro para honrar os seus compromissos, evocando a crise financeira
que o país enfrenta devido ao golpe de estado de 12 de Abril de 2012. Mas com o
aumento da pressão por parte dos alunos que ameaçaram com vigílias em frente da sede
da Assembleia Nacional Popular, do governo e da Presidência da República, o governo
encontrou uma saída. Recorreu ao sector privado pedindo empréstimo ao Fundo de
Promoção Industrial (FUNPI), criado pelo governo deposto mediante o pagamento de
uma taxa sobre castanha a exportar para ajudar na promoção e industrialização da agricultura.
Laureano
da Costa avançou que "as negociações entre os sindicatos dos professores e o governo
vão continuar para resolver as questões que se prendem com o estatuto da carreira
docente, a efectivação dos professores do novo ingresso, a requalificação e subsídios
de isolamento". Questionado se o pagamento dos seis meses de salários poderá evitar
novas paralisações no ensino público, Laureano da Costa foi peremptório: "queremos
um ano escolar sem sobressaltos, mas tudo vai depender do governo. É claro que tem
que cumprir com as suas obrigações, caso contrário os sindicatos não ficarão de braços
cruzados sem resolver os problemas da classe docente". A greve no sector do ensino
iniciou dia depois da abertura do novo ano escolar.