A comunhão na participação aos bens espirituais: os sacramentos, os carismas e a caridade
- o Papa Francisco na audiência geral rezou por Noemi, uma menina com uma doença gravíssima
A Praça de São
Pedro começa a ser pequena para as multidões que em cada quarta-feira inundam de alegria
as audiências gerais com o Papa Francisco.
“...na passada quarta-feira
falei da comunhão dos santos, vista como comunhão entre as pessoas santas. Hoje gostaria
de aprofundar outro aspeto desta realidade, ou seja, a comunhão nos bens espitiruais,
nas coisas santas. Os dois aspetos estão diretamente ligados entre si, com efeito
a comunhão entre os cristãos cresce mediante a participação nos bens espirituais,
Em particular consideramos: os sacramentos, os carismas e a caridade.”
Segundo
o Papa Francisco o artigo do Credo, em que professamos «a comunhão dos santos», afirma
duas coisas: a comunhão entre as pessoas santas e a comunhão nas coisas santas, ou
seja, nos sacramentos, nos carismas e na caridade. Assim cada encontro com Cristo,
que nos sacramentos nos dá a salvação, convida-nos a ir ao encontro dos outros levando-lhes
esta salvação que podemos ver, tocar e receber; e que é credível porque é amor.
“Desta
forma, os sacramentos empurram-nos a ser missionários e o empenho apostólico de levar
o Evangelho em cada ambiente, mesmo naqueles mais hostis, constitui o fruto mais autêntico
de uma assídua vida sacramental, por quanto é participação à iniciativa salvifica
de Deus, que quer dar a todos a salvação.”
O Papa Francisco apresentou
depois um segundo aspeto o da comunhão nos carismas. Estes são predisposições, inspirações
e impulsos interiores, que surgem na consciência e na experiência das pessoas para
serem postos ao serviço da comunidade. Todos somos chamados a respeitar os carismas
em nós e nos outros, como nos recomendou São Paulo: «Não apagueis o Espírito».
“Em
particular, estes dons espirituais vão em favor da santidade da Igreja e da sua missão.
Todos somos chamados a respeitá-la em nós e nos outros, a acolher como estímulos utéis
por uma presença e uma obra fecunda da Igreja. São Paulo avisava: ‘Não apagueis o
Espírito’.”
Finalmente, um terceiro e último aspeto da comunhão nas
coisas santas é a comunhão na caridade: não uma “caridadezinha” para descargo de consciência,
mas uma comunhão que nos leva a entrar de tal maneira nas alegrias e dores alheias
que as assumimos sinceramente como nossas.
“Esta solidariedade fraterna
não é uma figura retórica, um modo de dizer, mas é parte integrante da comunhão entre
os cristãos, Se a vivemos, nós somos no mundo sinal, sacramento, do amor de Deus.”
O
Santo Padre convidou todos os presentes a abrirem-se à comunhão com Jesus nos sacramentos,
nos carismas e na caridade, para viverem de maneira digna a nossa vocação cristã. “O
Senhor convida-nos a abrirmo-nos à comunhão com Ele, nos sacramentos, nos carismas
e na caridade, para viver em maneira digna a nossa vocação cristã!”
O
Papa Francisco concluiu a sua catequese com um pedido por uma menina, a Noemi, uma
menina com uma gravíssima doença que o Santo Padre visitou nesta manhã:
“Permito-me
de pedir-vos um ato de caridade. Estejam tranquilos que não vamos fazer um peditório!
Um ato de caridade. Antes de vir para a praça fui visitar uma menina, de um ano e
meio com uma doença gravíssima: o seu pai e a sua mãe rezam e pedem ao Senhor a saúde
desta linda menina. Chama-se Noemi. Sorria coitadinha, Façamos um ato de amor. Nós
não a conhecemos, mas é uma menina batizada, é uma de nós, uma cristã. Façamos um
ato de amor por ela e em silêncio antes peçamos ao Senhor que a ajude neste momento
e lhe dê saúde. Em silêncio e depois rezaremos a Avé-Maria”
No final
da audiência o Santo Padre dirigiu uma cordial saudação aos peregrinos de língua portuguesa,
nomeadamente ao grupo inaciano de Portugal e aos fiéis brasileiros de Bauru e de São
Bernardo do Campo. A todos deu a sua benção! (RS)