2013-11-05 18:32:31

Cardeal Sarah: prática da caridade pode ser comparada a uma pregação silenciosa, mas viva e eficaz


Cidade do Vaticano (RV) - "Reconduzir a pastoral da caridade à sua fonte, para evitar reduzi-la a uma espécie de atividade de assistência social, a uma pura expressão filantrópica ou a uma simples solidariedade humana." Essa é a tarefa que cabe hoje aos bispos e aos delegados responsáveis pelas atividades caritativas das Conferências episcopais na Europa.

Foi o que disse na tarde desta segunda-feira em Trieste – nordeste da Itália –, o presidente do Pontifício Conselho 'Cor Unum', Cardeal Robert Sarah, durante uma conferência no Encontro promovido pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) dedicado ao tema "Testemunhar a fé através da caridade", do qual estão participando cerca de cinquenta bispos delegados das atividades caritativas da Igreja na Europa.

"Persiste – denunciou o presidente do 'Cor Unum' –, e não somente no mundo ocidental, uma secularização que tende a esvaziar a Igreja da sua dimensão transcendente. O resultado dessa espoliação é a redução da Igreja a uma agência ética, ou seja, que oferece valores a serem aplicados na vida, ou mesmo a agência de assistência humanitária e social que cuida dos pobres, sobretudo naquelas situações que o braço público não consegue alcançar."

O cardeal guineano pediu que não se "subestime" o alcance desse fenômeno, que dá à Igreja "um reconhecimento público por aquilo que faz", mas "esvaziando-a de fato da sua essência".

"Isso não significa que se prescinde dos dados sociológicos, ou que devemos saudar com favor o acolhimento que é reservado à nossa ação social", observou, mas "tudo isso deve ser reconduzido a uma releitura de fé que permita ver a Igreja na sua integridade". Portanto, os bispos devem desempenhar uma tarefa imprescindível nesse sentido.

"Em primeiro lugar – explicou o Cardeal Sarah –, trata-se de "definir corretamente a natureza da atividade caritativa, para não transformá-la em ação de tipo político, puramente social ou humanitário."

"Em seguida, devemos colocar uma questão fundamental: qual visão de homem queremos promover através da nossa ação caritativa?"

"E se o homem é chamado a uma vida de comunhão com Deus através da fé, então é possível compreender que a ação caritativa deve ocupar um lugar proeminente no plano da salvação de Deus para o homem."

Portanto – concluiu o purpurado –, a prática da caridade se pode comparar a uma pregação silenciosa, mas viva e eficaz, um testemunho do nosso encontro pessoal e íntimo com Cristo de modo a mostrar e encontrar Cristo em nós. Por isso, aqueles que praticam a caridade devem ser testemunhas críveis de Cristo.

Nesta terça-feira, os bispos e os delegados responsáveis pelas atividades caritativas das Igrejas europeias reunidos em Trieste, acompanhados do diretor da Caritas local, Pe. Roberto Pasetti, almoçaram com os pobres. (RL)







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