Papa no Angelus: "Ser santo é uma vocação para todos"
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus,
esta sexta-feira, 1° de novembro, Solenidade de Todos os Santos, da janela da residência
pontifícia, no Vaticano. No Brasil, a festa será celebrada pela Igreja no próximo
domingo, dia 3.
"A festa de Todos os Santos, que hoje celebramos, nos lembra
que o objetivo da nossa existência não é a morte, mas o Paraíso. Os Santos, amigos
de Deus, nos asseguram que esta promessa não decepciona. Em sua existência terrena,
eles viveram em profunda comunhão com Deus, tornando-se semelhantes a Ele. No rosto
dos irmãos humildes e desprezados eles viram o rosto de Deus, e agora o contemplam
face a face em sua beleza gloriosa", disse Francisco.
"Os Santos não são
super-homens e nem nasceram perfeitos. São pessoas que antes de chegar à glória do
céu viveram uma vida normal, com alegrias e tristezas, fatigas e esperanças, mas quando
conheceram o amor de Deus, o seguiram de coração, sem nenhuma condição ou hipocrisia",
disse ainda o Santo Padre, acrescentando:
"Eles dedicaram suas vidas a
serviço dos outros, suportaram sofrimentos e adversidades sem odiar e respondendo
ao mal com o bem, difundindo alegria e paz. Os santos nunca odiaram. O amor é de Deus,
mas o ódio vem de quem? Vem do diabo. Os santos se distanciaram do diabo. Os Santos
são homens e mulheres que têm alegria no coração e a transmitem aos outros. Não devemos
odiar os outros, mas servir aos outros, os necessitados, rezar e se alegrar: este
é o caminho da santidade."
O Papa destacou ainda que "ser santos não é
um privilégio de poucos, como se alguém recebesse uma grande herança. Todos nós recebemos
a herança de nos tornarmos Santos no Batismo. Ser santo é uma vocação para todos.
Todos nós somos chamados a percorrer o caminho da santidade e o caminho que leva à
santidade tem um nome e um rosto: Jesus Cristo. No Evangelho, Ele nos mostra a estrada
das Bem-Aventuranças".
O Santo Padre frisou que "o Reino dos Céus é para aqueles
que não depositam sua confiança nas coisas, mas no amor de Deus; é para aqueles que
têm um coração simples, humilde, que não presumem ser justos e não julgam os outros.
Essas pessoas sabem sofrer com os que sofrem e se alegrar com os que se alegram. Não
são violentos, mas misericordiosos e buscam ser artífices da reconciliação e paz".
Com o seu testemunho os Santos nos encorajam a não ter medo de caminhar contracorrente
ou ser mal-entendidos e ridicularizados quando falamos de Cristo e do Evangelho. "Eles
nos mostram com sua vida que aquele que permanece fiel a Deus e à sua Palavra experimenta
já nessa terra o conforto de seu amor e o cêntuplo da eternidade. Isso é o que esperamos
e pedimos ao Senhor para os nossos irmãos e irmãs falecidos", concluiu o Papa Francisco.
(MJ)