Maputo – Grande manifestação a favor da paz em Moçambique
Terá sido
a maior manifestação não-governamental, e crítica do Governo, a que Maputo já assistiu.
Milhares de pessoas desfilaram nesta quinta-feira na capital de Moçambique, em protesto
contra a onda de raptos e a ameaça de guerra que paira sobre o país, segundo se pode
ler no site do jornal diário português Público.
A organização tinha previsto
que dez mil pessoas pudessem sair à rua, contudo, várias são as fontes que afirmam
terem sido muitos mais os manifestantes. A organizar esta manifestação pública foi
o Fórum das Organizações da Sociedade Civil, a que se associaram confissões religiosas,
partidos e outras organizações.
A manifestação estendeu-se e foi engrossando
ao longo dos cerca de três quilómetros que separam o topo da Avenida Eduardo Mondlane,
onde há uma estátua dedicada ao primeiro líder da Frelimo, e a Praça da Independência,
onde outra escultura evoca Samora Machel, o primeiro Presidente do país. Precisamente,
uma das vozes críticas do modo como o atual Governo está a lidar com a vaga de sequestros
é a de Graça Machel, mulher do primeiro chefe de Estado.
Muitos dos manifestantes
vestiam t-shirts com palavras de ordem , tais como “Stop raptos”, “Abaixo
a intolerância”, “Abaixo a guerra” – que remetiam para os dois grandes problemas que,
neste momento, afligem Moçambique: os raptos e a crise político-militar que ameaça
reeditar a guerra civil entre Frelimo e Renamo que aconteceu entre 1976 e 1992. Na
Beira, segunda cidade do país, onde ocorreram quatro raptos desde o início do ano,
mais de um milhar de manifestantes saíram também à rua nesta quinta-feira, para pedir
uma "investigação séria". Também dali partiram apelos ao Governo e à Renamo para que
encontrem formas para ultrapassarem a tensão que ameaça a paz. (RS)