Governo português quer averiguar alegados casos de escravatura de cidadãos seus em França (Domingos Pinto)

O Governo português quer uma investigação sobre os casos de alegada escravatura de três portugueses em França que apresentaram uma queixa em tribunal contra a entidade empregadora.

A denúncia partiu de sindicatos franceses que falam de “escravatura moderna”, um tráfico organizado com recrutadores que são mandados pelos empregadores franceses para ir recrutar mão-de-obra a Portugal", explicou à agência Lusa Magali Astruc, do sindicato geral de trabalhadores (CGT) de Narbonne.

Segundo um dos portugueses, os empregadores prometeram um salário de 700 euros por mês, menos cerca de 400 euros que o ordenado mínimo francês, com comida e alojamento incluídos, por 35 horas de trabalho semanais.

O alojamento prometido era partilhado entre "dez adultos e duas crianças", numa casa com uma casa de banho, onde "só podiam tomar banho de dois em dois dias", um caso que o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas José Cesário promete investigar junto da Inspecção do Trabalho em França.

É mais uma situação dramática que chama a atenção para uma realidade que tem sido denunciada pela igreja, como nos destaca a partir de Lisboa o nosso correspondente em Portugal Domingos Pinto.