Focolares criam rede latino-americana de obras sociais
Vargem Grande Paulista (RV) - Foi dada a largada para a criação de uma rede
entre as mais de 40 obras e iniciativas sociais latino-americanas, nascidas do carisma
da unidade do Movimento dos Focolares. O seminário, que acaba de terminar, desde o
dia 21 de outubro reuniu representantes dessas organizações na Mariápolis Ginetta
em Vargem Grande Paulista e marcou um passo novo e decisivo no processo de integração.
Mas não só. Eis o artigo de Carla Cotignoli:
Periferias existenciais: foi a
palavra que mais ecoou nestes dias. Não como um projeto futuro, mas já em vigor há
anos. As periferias latino-americanas, onde o tráfico de drogas semeia a morte, especialmente
entre os jovens; onde as crianças desde uma idade muito precoce vivem nas ruas, porque
em sua casa existe somente pobreza e discórdia; onde os agricultores não têm nenhuma
fonte de sustento e emigram para as cidades, multiplicando as favelas. E poderíamos
prosseguir... Algumas pessoas reconheceram nessas chagas o grito de abandono do Cristo
Crucificado, “entraram” nelas e lançaram as sementes da ressurreição através das mais
diversas obras de resgate social. E isso, não sem passar por enormes dificuldades,
começando pela escassez de recursos materiais e humanos.
Daí a necessidade
comum de criar uma rede, para uma troca permanente de experiências, dificuldades,
recursos. Uma rede que tende a se estender envolvendo também as outras expressões
do Movimento dos Focolares nascidas no âmbito da economia, da política, da educação,
do direito, da família, da juventude. Isto para citar apenas alguns, sempre com o
objetivo de uma maior incidência na transformação social. O seminário também foi um
confronto com o cenário sociopolítico do continente, com a doutrina social da Igreja,
com o potencial de transformação do carisma da unidade. Isso deu nova força ao compromisso
assumido.
E ainda mais: do coro de vozes desses dias emergiram questões inquietantes
que fazem ressoar as palavras de Papa Francisco e da Presidente do Movimento dos Focolares,
endereçadas a todos nós: "Será que estamos achando normal o fato de continuarem a
subsistir graves desequilíbrios sociais no continente? Talvez estamos aburguesados?
Será que silenciamos a nossa consciência porque já existem outros pessoalmente empenhados
em buscar soluções para estes dramas?