Estejam sempre unidas a Cristo - às famílias reunidas sábado na Praça de São Pedro,
Papa pediu para viverem o valor do perdão
Foram dezenas
de milhares as famílias que na tarde deste sábado participaram no Encontro do Papa
Francisco com famílias de todo o mundo na Praça de São Pedro, numa tarde intitulada
de: “Família, vive a alegria da fé!”. Testemunhos, canções e muita alegria estiveram
presentes nesta festa das famílias. D. Vincenzo Paglia, Presidente do Conselho Pontifício
para a Família foi o anfitrião deste encontro tendo feito o discurso de boas-vindas
ao Santo Padre e a todos os peregrinos presentes.
Os testemunhos apresentados
de dor, de dificuldade e também de alegria versaram as mais diversas experiências
de vida familiar: o acolhimento aos migrantes em Lampedusa; a ajuda aos refugiados
da Síria; famílias missionárias no mundo; famílias alargadas que acolhem os mais velhos
e também jovens casais em início de vida ou em preparação para o matrimónio. Foram
vários e muito concretos os testemunhos apresentados na Praça de São Pedro. A todos,
o Papa Francisco, saudou emocionado.
Na sua Mensagem o Santo Padre dirigiu-se
às famílias presentes dizendo-lhes que as abraçava reunidas num só povo e numa só
alma porque convocados pelo Senhor. Das crianças até aos avós passando pelos jovens
casais em início de vida o Papa interrogou-se: “Como é possível, hoje, viver a alegria
da fé em família?”
O Papa Francisco citou o Evangelho de S. Mateus com uma
passagem muito importante em que Jesus vem em nossa ajuda:
”Vinde a Mim todos
os que estais cansados e oprimidos, que Eu vos darei alívio.” (Mt 11, 28).
Muitas
vezes a vida é difícil, fatigante e com falta de amor. E sem amor – disse o Papa -
a fadiga torna-se mais pesada. Mas o Senhor conhece as nossas canseiras e hoje diz-nos
para irmos até Ele para recebermos alívio e para que a nossa alegria seja completa:
“Jesus
disse: ‘A vossa alegria é plena’. Jesus quer que a nossa alegria seja plena! Disse-o
aos apóstolos e repete-o hoje a nós. Ora esta é a primeira coisa que esta tarde quero
partilhar convosco, e é uma palavra de Jesus: Vinde a mim, famílias de todo o mundo
– diz-nos Jesus – e eu vos darei alívio, para que a vossa alegria seja plena. E esta
palavra de Jesus levai-a para casa, levai-a no coração, partilhai-a na vossa família.
Convida-nos a ir ter com Ele para dar-vos e para dar-nos a todos a alegria.”
Depois
o Santo Padre recordou o Rito do Matrimónio em que quem se casa diz: «Prometo ser-te
fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos
os dias da nossa vida». Os cristãos casam-se sacramentalmente, porque estão cientes
de precisarem do sacramento! Precisam dele para viverem unidos entre si e cumprir
a missão de pais na educação dos seus filhos. «Na alegria e na tristeza, na saúde
e na doença», sempre rezando juntos, em família, com a comunidade e perdoando-se mutuamente
- considerou o Papa Francisco.
“E no seu Matrimónio rezam juntos e com
a comunidade. Porquê? Porque se usa fazer assim? Não! Fazem-no porque têm necessidade,
para a longa viagem que devem fazer juntos: uma longa viagem que não é aos bocadinhos,
dura toda a vida! E têm necessidade da ajuda de Jesus, para caminhar junto com confiança,
para acolherem-se um ao outro, e perdoarem-se em cada dia! E isto é importante! Nas
famílias saber perdoar-se.”
“...não terminar o dia sem fazer as pazes.
A paz refaz-se cada dia em família! E tudo recomeça de novo! Com licença, obrigado,
desculpa! Podemos dizê-lo todos juntos? ... Façamos estas três palavras na família!
Perdoar-se todos os dias!”
No final da sua Mensagem o Papa Francisco referiu-se
ao ícone da Apresentação de Jesus no Templo presente na Praça e explicou-o
a todos dizendo:
”É um ícone verdadeiramente belo e importante. Fixemo-lo
e deixemo-nos ajudar por esta imagem. Como todos vós, também os protagonistas da cena
têm o seu caminho: Maria e José puseram-se a caminho, indo como peregrinos a Jerusalém,
obedecendo à Lei do Senhor; e o velho Simeão e a profetisa Ana, também ela muito idosa,
vêm ao Templo impelidos pelo Espírito Santo. A cena mostra-nos este enlace das três
gerações: Simeão segura nos braços o menino Jesus, em quem reconhece o Messias, e
Ana é representada no gesto de louvar a Deus e anunciar a salvação a quem esperava
a redenção de Israel. Estes dois anciãos representam a fé como memória. Maria e José
são a Família santificada pela presença de Jesus, que é o cumprimento de todas as
promessas. Cada família, como a de Nazaré, está inserida na história de um povo e
não pode existir sem as gerações anteriores.”
O Papa Francisco na conclusão
da sua Mensagem dirigiu-se às famílias presentes na Praça vindas de todo o mundo dizendo-lhes:
“Com a graça de Cristo, vivei a alegria da fé! O Senhor vos abençoe e Maria, nossa
Mãe, vos acompanhe!” (RS)