Londres (RV) – O Patriarca greco-católico melquita, Gregório III Laham, explicou
que a situação dos cristãos na Síria é “cada vez mais grave” e que “muitos sacerdotes,
parentes e amigos foram sequestrados”. “Pode pensar-se que é seguro aqui ou inseguro
ali, mas, a qualquer momento, qualquer pessoa pode ser morta por uma bomba, míssil
ou uma bala, para não falar do risco de ser sequestrado ou tomado como reféns para
o resgate, ou assassinado”, explicou o patriarca Gregório à Fundação Pontifícia Ajuda
à Igreja que Sofre (AIS).
O prelado revelou que o medo está instalado na Síria
e que os cristãos “são vistos como um elemento fraco”, sujeitos a sequestros e extorsões
financeiras, e a pior ameaça é a dos grupos radicais jihadistas, “que se encontram
essencialmente nas fileiras dos rebeldes”. Tal como os cristãos, também os muçulmanos
sofrem com a violência desencadeada pelos grupos radicais que para o Patriarca “a
maioria veio de fora da Síria”.
A guerra civil e o clima de medo/instabilidade
originou que “450 mil cristãos tenham deixado a Síria ou estejam deslocados internamente”,
adianta Gregório III que apresenta mais dados sobre a realidade cristã. “Seis cristãos
foram sequestrados, desde 4 de setembro, e ninguém sabe onde estão” ou que as comunidades
cristãs são obrigadas a pagar uma espécie de imposto para são serem sujeitas a ataques,
que depois não é respeitado. Segundo a análise do patriarca, a Síria “está experimentando
um caminho longo, sangrento”, quando viviam em harmonia religiosa antes da guerra
civil, que começou em 2011.
O chefe da Igreja greco-católica melquita esteve
na Catedral de Westminster, em Londres, Inglaterra, para a apresentação anual do relatório
‘Perseguidos e Esquecidos?’, sobre a perseguição dos cristãos, de responsabilidade
do escritório britânico da Fundação AIS. (SP)