Matrimónio, família, cuidado pastoral dos divorciados: artigo de D. Gerhard Müller,
Prefeito da Congregação para Doutrina da Fé, no L’Osservatore Romano
O matrimónio é um sacramento que toca a realidade pessoal, social e histórica do homem:
assim começa um artigo intitulado “A força da graça”, da autoria de Dom Gerhart Müller,
Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, publicado no número de hoje de “L’Osservatore
Romano”, sobre a “indissolubilidade do matrimónio e o debate sobre os divorciados
que voltaram a casar e os sacramentos”). Trata-se de um artigo publicado já em julho
passado num jornal alemão, em que, de forma detalhada, se recordam as principais tomadas
de posição da Igreja sobre este tema. Como é sabido, terá como tema “Os desafios
pastorais da família no contexto da evangelização”, a assembleia extraordinária do
Sínodo dos Bispos convocado pelo Papa Francisco para outubro do próximo ano. Sem pretender
encerrar definitivamente o debate em curso, a publicação deste artigo no quotidiano
da Santa Sé, com a aprovação do Papa, pretende sem dúvida recordar o enquadramento
das questões e o fundamento das posições até agora fielmente mantidas pela Igreja
Católica. Partindo dos Evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas, se percebe como o
pacto que une íntima e reciprocamente os dois cônjuges é instituído pelo próprio Deus,
sinal da aliança de Cristo e da Igreja, mediação da graça deste pacto. Também os Padres
da Igreja e o Concílio de Trento rejeitaram o divórcio e o segundo matrimónio, excluindo,
portanto, a admissão aos sacramentos para os separados casados novamente. E não só:
os canonistas sempre falaram de "prática abusiva", em relação à prática da Igreja
Oriental que permite o divórcio com base na "clemência pastoral" para os casos difíceis,
abrindo, portanto, o caminho para um segundo ou terceiro matrimónio. O longo texto
de D. Gerhard Müller encontra-se publicado na íntegra, em tradução portuguesa, no
nosso site, na rubrica “Mensagens e Documentos