OIM: "Lampedusa é apenas um exemplo do que acontece há décadas"
Cidade do Vaticano (RV) - O agradecimento ao Papa por seu empenho na causa
dos migrantes, as prioridades na questão dos fluxos migratórios e o apoio à União
Européia para adotar uma política comum a este respeito. Estes foram os temas tocados
pelo Diretor Geral da Organização Internacional para as Migrações numa entrevista
concedida ao Osservatore Romano depois de ser recebido pelo Papa, na manhã de segunda-feira,
14.
William Lacy Swing revela ter agradecido Francisco por ter feito a primeira
viagem de seu Pontificado à ilha de Lampedusa. Ele lembra que os naufrágios de outubro,
que tiveram dimensões assustadoras, são somente exemplos do que acontece há décadas.
A OIM estima que nos últimos 15 ou 20 anos, 21 mil pessoas morreram no Mediterrâneo
tentando chegar ao litoral europeu. Consequentemente, fica claro que toda a comunidade
internacional deve unir forças para enfrentar esta situação, que o Diretor define
“movimentos marítimos irregulares”.
Partindo da prioridade absoluta de “salvar
vidas humanas”, Swing recorda que existem refugiados que fogem de guerras e perseguições,
e pessoas que têm outras motivações e necessidades. É necessário distinguir quem precisa
do quê.
A entrevista esclarece que a Europa realmente não possui uma legislação
única no campo das migrações, mas que a União está se esforçando neste sentido. Segundo
o Diretor da OIM, as medidas previstas pelos 28 Estados membros serão uma “grande
ajuda”, e o Presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, em sua recente
visita a Lampedusa, garantiu que está se trabalhando com grande assiduidade.
Questionado
sobre a situação dos mares no resto do mundo, Swing afirmou que tragédias como as
do Mediterrâneo ocorrem também na Ásia, no Mar da China meridional e outros países
no Atlântico ou no Golfo de Aden, Oceano Índico.