Sobrevivência cultural dos povos amazônidas continua em risco. Ouça
Cidade
do Vaticano (RV) - O I Encontro da Amazônia Legal vai reunir de 28 a 31 de outubro,
em Manaus, os bispos dos 6 Regionais da CNBB que formam a Amazônia Legal, o Núncio
Apostólico no Brasil, representantes do CELAM, coordenadores de pastoral, religiosos,
religiosas e leigos engajados. Na agenda do encontro estão a discussão ao redor da
realidade político-social, econômica, cultural e religiosa da região amazônica e a
contribuição da Igreja Católica para a promoção e a defesa da vida dos habitantes
da região e de sua rica biodiversidade.
O primeiro Encontro da Igreja na Amazônia
se realizou também em Manaus, de 2 a 6 de junho de 1952, e vários outros se sucederam,
mas o evento de Santarém, no Oeste do Pará, em 1972, teve destaque na história dos
Encontros da Igreja na Amazônia.
“Cristo aponta para a Amazônia” lembrava
o Papa Paulo VI aos Bispos na ocasião. Paulo VI os animou citando Atos dos Apóstolos
(18,9): “Não tenham medo, continuem a falar e não se calem, pois eu estou convosco”.
Naquela ocasião, foi lançado o Documento de Santarém, considerado o mais importante
documento da Amazônia.
Intitulado “Linhas prioritárias da pastoral da Amazônia”,
o texto conserva o que há de mais atualizado em relação aos documentos do Concílio
Vaticano II e da II Conferência Geral do Episcopado Latino-americano de Medellin.
Definiram-se as ações internas de evangelização da Igreja na Amazônia, como formação
pastoral para os leigos, comunidades cristãs de base, pastoral indígena e acompanhamento
das questões sociais: conflitos de terra, construção de estradas, usinas e barragens,
e outros.
Dom Erwin Krautler, bispo prelado do Xingu, no Pará, denuncia que
grandes projetos pensados para a Amazônia e impostos ‘do alto’, ameaçam a sobrevivência
cultural dos povos amazônidas. E acredita que nossa dívida com os povos indígenas
e seus antepassados ainda está longe de ser quitada. Ouça a reportagem completa clicando
acima. (CM)