Cardeal Sandri: O Papa está próximo aos sobreviventes do naufrágio em Lampedusa
Cidade do Vaticano (RV) - Os bispos da Igreja de tradição alexandrina da Etiópia
e Eritreia concelebraram com o Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais,
Cardeal Leonardo Sandri, nesta quarta-feira, uma missa de sufrágio pelas vítimas do
naufrágio ocorrido na última quinta-feira, em Lampedusa, sul da Itália.
A
cerimônia realizou-se antes da Audiência Geral, no altar do Sepulcro de São Pedro,
na Cripta da Basílica Vaticana.
Numa entrevista à nossa emissora, o purpurado
destacou que em sua homilia retomou o versículo 3 do Capítulo 4 do Livro de Jonas,
que diz: "é melhor para mim a morte do que a vida".
Cardeal Sandri:
"Retomei essa frase que ouvimos também de um jovem eritreu que sobreviveu a esta
catástrofe de Lampedusa. Colocamo-nos em sintonia com muitos jovens e mulheres, com
muitos adultos que fogem da Eritreia e da Etiópia e que, às vezes, por causa da situação
que enfrentam em seus países, exclamam como o Profeta Jonas 'é melhor para mim a morte
do que a vida'. Porém, da leitura do Evangelho que traz a oração do Pai Nosso, colocamos
a nossa confiança no Senhor que deve nos ajudar a superar essas situações tão difíceis.
Rezamos pelos mortos e suas famílias, e procuramos difundir com a nossa oração uma
luz de proximidade, amizade, caridade e amor por todos os sobreviventes."
O
que pedem os bispos dessas igrejas para a comunidade internacional?
Cardeal
Sandri: "Pedem uma ajuda a fim de que as pessoas não tenham de fugir de seus
países, para que haja liberdade, democracia, possibilidade de viver humanamente nesses
países e dispor das coisas que consideramos mínimas para a realização de uma vida
humana, e que o Ocidente e os países da comunidade internacional possam ajudá-los
a permanecerem em seus países e a não fugirem através dessas peregrinações de morte,
tanto no deserto, quanto no mar."
O Papa está acompanhando de perto a situação
e enviou seu elemosineiro a Lampedusa.
Cardeal Sandri: "Foi um gesto
muito importante. O elemosineiro está ligado intimamente à pessoa do Papa. Nunca aconteceu
que o Santo Padre o mandasse para fora de Roma, porque ele está aqui em Roma para
ajudar os pobres que se aproximam do Papa aqui na Cidade Eterna. Mandá-lo a Lampedusa
significa que o Papa quer estar perto dessas pessoas que sobreviveram e rezar por
aqueles que morreram." (MJ)