Tragédia de Lampedusa: “já não bastam as promessas da UE, a ONU indique uma Autority
para seguir a questão”
O Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes exprimiu profundo
pesar pela perda de tantas vidas humanas no dramático naufrágio de ontem na costa
de Lampedusa e invocou sufrágio pelos defuntos, implorando também a Deus o conforto
para os sobreviventes, migrantes e refugiados, homens, mulheres e crianças. O Conselho
Pontifício espera que não se instrumentalize a dor de tantos irmãos e irmãs que se
envolvem nas chamadas viagens de esperança, mas que se enfrentem cada vez melhor estes
problemas, de modo a oferecer respostas concretas.
Do mesmo modo, os membros
do Conselho da Congregação dos Escalabrianos , reunidos em Roma, exprimiram a sua
consternação pela notícia de mais esta tragédia e, em nome de todos os Missionários
Scalabrinianos, exprimem proximidade às famílias das vítimas e pedem para que os estados
do Norte de África e da Europa parem estes "comerciantes de carne humana", primeiros
responsáveis do que está a suceder nestas horas. É, de facto, intolerável o perpetrar-se
inexorável deste massacre de homens, mulheres e crianças, bem como a impotência dos
remédios impostos pelas nações primeiras envolvidas na assistência aos migrantes,
refugiados, especialmente na bacia do Mediterrâneo – dizem, num comunicado, os Escalabrianos.
“Das
palavras se deve passar à acção sem necessidade de outras demonstrações para reconhecer
um estado de facto que vem já de décadas, ou seja, que a Itália é a porta da Europa”
– afirma num Comunicado o presidente da FOCSIV (Federação dos Organismos de Voluntariado
Internacional de Inspiração Cristã), acolhendo com satisfação as promessas de Manuel
Barroso por um maior empenho europeu no problema da imigração, e sublinhando que se
deve fazer ainda mais como, por exemplo, um mandato claro e definido por parte do
Secretário das Nações Unidas para que a questão seja enfrentada por uma personalidade
competente e com autoridade reconhecida pelos Países do Mediterrâneo.