Rio de Janeiro (RV) - Quando chega outubro, o Rio de Janeiro aprofunda ainda
mais o seu carinho para com uma devoção mais que tricentenária que marca a cultura
dessa cidade: Nossa Senhora da Penha. Situado no alto do penhasco, o que faz com que
seja visualizado por todos os que entram nesta cidade, vindos por rodovia ou pelo
aeroporto internacional, é ali o “trono que Maria, Mãe de Deus, escolheu no Rio de
Janeiro”.
Ouvi muitas histórias de famílias que no passado se movimentavam
para celebrar a festa no primaveril outubro, vindos de todos os cantos da cidade.
Hoje também contemplamos esse fluxo devocional que faz com que, desse alto da Penha,
subam orações de pedidos, de ação de graças, de devoção. Todos os que se achegam à
mãe de Jesus, ela os conduz ao Seu Filho. Aquela que foi chamada por Deus para ser
a mãe do salvador tem a missão de nos conduzir Àquele que deu a sua vida por todos
nós: Jesus Cristo, Nosso Senhor.
Esse Perpétuo Santuário Mariano Arquidiocesano
foi sempre um belo sinal da devoção de um povo e seus anseios de paz e fraternidade.
O Papa João Paulo II em outubro de 1997, em sua despedida do Rio de Janeiro, recordou-se
dele ao dizer: “Ao deixar esta terra abençoada do Brasil, eleva-se na minha alma um
hino de ação de graças ao Deus altíssimo... e deixo-os na certeza do amparo maternal
de Nossa Senhora da Penha, que do seu Santuário protege esta cidade maravilhosa”.
Com o pedido do Papa Francisco para rezarmos por ele, desde o início do mês
de setembro a Arquidiocese se reveza todos os sábados, a partir das 11 horas da manhã,
para rezar nessa intenção no Santuário da Penha. Ali ficou o lugar mariano de pedir
pelo Santo Padre. É a nossa unidade com a Sé de Pedro, rezando pelo nosso Sumo Pontífice.
Como está filiado à Basílica de Santa Maria Maior podemos ver a união intima de comunhão
e orações.
Atualmente, a imagem peregrina visita as diversas paróquias e bairros,
levando a mensagem de paz e da certeza de que, com a invocação de Maria, as serpentes
venenosas do mal não nos atingirão, como foi a inspiração original do agricultor que
ali fez a primeira ermida. Maria, com seu Filho nos braços, é a mãe que nos ajuda
a seguir Cristo, nosso salvador e libertador!
Na semana que antecede o início
da festividade, a Arquidiocese prepara uma semana especial de peregrinações, levando
a todos a notícia de que estamos preparando o grande momento de evangelização mariana
do Santuário da Penha. Durante todo o mês de outubro, celebrações, eventos, pregações,
procissões irão se sucedendo na vivência desse belo momento de um mês que, sendo missionário
e do rosário, tem tudo a ver com o trabalho de oração e de missão que o Santuário
da Penha suscita entre nós. Convido a todos para participarem desse belo e profundo
momento.
Tudo começou, segundo algumas tradições, em 1635, e daí se seguiu
toda uma história de ermidas, capelas, santuário, devoção, celebração que faz parte
da vida de um povo. Embora tenha uma invocação conhecida em tantos outros locais,
aqui no Rio, no entanto, essa devoção tem uma história própria. Agora somos nós os
que dão continuidade a ela, que deve desencadear sempre mais em uma vivência profunda
da vida cristã.
Coloco neste mês as intenções pelo Santo Padre, o Papa Francisco,
também o agradecimento pela JMJ Rio 2013 e o pedido a Deus para que as sementes lançadas
no “campo da fé” de nosso povo desabrochem e deem frutos de nova vida para todos.
Que isso leve também na construção de uma nova sociedade.
Juntos, nos reunamos
no Santuário da Penha para pedir por todos, para que, com Maria, a vida cristã, o
seguimento de Jesus Cristo, leve todos a testemunhar que um mundo novo é possível.
Estaremos ouvindo o nosso povo cantar neste outubro que chega: “a bênção, ó Mãe”,
rainha do mundo, protetora do Brasil, padroeira do Rio: protegei as famílias, abençoai
a juventude, cuidai das crianças, consolai os sofredores e intercedei pelo Papa.
Nossa
Senhora da Penha, rogai por nós!
† Orani João Tempesta, O. Cist. Arcebispo
Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ