Jornadas Celebrativas do 50º aniversário da Encíclica “Pacem in terris”
Cidade do Vaticano (RV) – Realizou-se na manhã desta quinta-feira, na Sala
de Imprensa da Santa Sé, a coletiva de apresentação das Jornadas Celebrativas do 50º
aniversário da publicação da Encíclica “Pacem in terris” que terão lugar entre os
dias 2 e 4 de outubro próximo e do livro “O conceito de paz”, publicado pela Livraria
Editora Vaticana.
Participaram da coletiva, o Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson,
Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz; Dom Mario Toso, S.D.B., Secretário
do Pontifício Conselho; e o Dr. Vittorio Alberti, membro do mesmo organismo.
No
seu discurso o Cardeal Peter Appiah Turkson destacou o motivo da iniciativa organizada
pelo organismo vaticano, que é o de chamar a atenção para o aniversário da publicação
da Encíclica do Beato João XXIII, “Pacem in terris”.
Fiel à missão que lhe
foi confiada de “aprofundar a Doutrina Social da Igreja, comprometendo-se para que
a mesma seja divulgada amplamente e traduzida na prática junto às pessoas e às comunidades,
o Pontifício Conselho organizou três dias de celebrações que não desejam ser somente
uma simples comemoração do Documento. Pretende-se – afirmou o cardeal –, promover
uma reflexão sobre a atualidade e sobre a atualização dos conteúdos da Encíclica com
referência às “res novae”.
Ao mesmo tempo, desejou-se verificar a atuação de
seus fundamentais ensinamentos no âmbito dos direitos humanos, do bem comum, do bem
comum global e da política, campos nos quais se joga a convivência pacífica entre
os povos e entre as nações. De fato, para se alcançar a paz, o Papa João XXIII – afirmou
o Cardeal Turkson -, mais do que fazer teorias sobre a paz ou sobre a guerra, faz
um apelo ao homem mesmo e à sua dignidade.
Nesta perspectiva procurou-se articular
a reflexão em três dias, que, seguindo dinâmicas diferentes, convergem em questões
particularmente significativas.
Em primeiro lugar a questão das instituições
políticas e das políticas globais que se revelam hoje indispensáveis para enfrentar
as questões globais. Para enfrentar esse gênero de problemáticas, se considerou que
fosse necessário iniciar examinando o tema da reforma da maior instituição global:
A Organização das Nações Unidas. Tema esse na agenda há muitos anos, se se pensa que
20 anos atrás teve início o debate sobre a Reforma do Conselho de Segurança, disse
o purpurado.
Outras duas questões urgentes que, por causa do fenômeno da globalização,
assumiram dimensões importantes, exigindo o compromisso e a cooperação da comunidade
internacional, são os do trabalho, ou melhor do desemprego, e da proteção dos direitos
humanos. Questões que serão tratadas por acadêmicos de nível internacional durantes
os dias de reflexão.
A segunda questão apresentada pelo Pontifício Conselho
são as novas fronteiras da paz: esse tema será discutido durante o terceiro dia de
debates, 4 de outubro. A atualização dos conteúdos da “Pacem in terris” com referência
às “res novae”, parte, de fato, da consideração que a partida hoje se joga em campos
notavelmente diversos em relação a 50 anos atrás, época em que os conflitos, nem sempre
só latentes, eram encarnados, essencialmente, na contraposição de dois blocos comprometidos
na “guerra fria”.
Pensou-se então em individuar em algumas questões os desafios
que surgem atualmente como os mais perigosos para a conservação da paz: a liberdade
religiosa, e mais particularmente, a questão da perseguição dos cristãos no mundo,
a crise econômica, que é antes de tudo uma crise moral, a emergência educativa, particularmente
aguda no âmbito dos meios de comunicação, os conflitos, sempre mais recorrentes.
A
terceira questão, enfim o aspecto educativo. Aspecto esse, que está particularmente
no centro da atenção da Igreja, que tem, entre as suas missões principais, o da formação
das consciências. Essa questão será abordada de dois modos: o formativo e o da experiência
prática. (SP)