2013-09-17 13:15:40

Duas africanas na conferência "Women in Business" em Milão


A Ministra dos Recursos Minerais de Moçambique, Esperança Bias, é uma das participantes na Conferência “Women in Business” que tem lugar na tarde deste dia 17 em Milão.

A iniciativa é da Companhia nacional italiana de petróleos, ENI, e da Deutsche Bank, e quer ser uma ocasião para se reflectir sobre o contributo feminino no mundo da economia e da política.

Segundo o jornal italiano de economia, “Il Sole 24 Ore”, Esperança Bias falará do crescimento económico do seu país, pondo a tónica no desenvolvimento do sistema energético e sobre a parceria entre os sectores publico e privado.

Mas Esperança Bias não a única africana a participar nessa importante conferência. Segundo a mesma fonte deve estar também a Nobel da Paz liberiana Leymah Gbowee, galardoada em 2011, com o prestigioso prémio, pela sua extraordinária actividade e capacidade de envolver mulheres da Libéria no movimento não violento que contribuiu para a paz no seu país. Em plena guerra civil, fundou, de facto, em 2000, com a activista nigeriana Thelma Ekiyor a WIPNET (Rede de Mulheres para a Construção da Paz). Falará, portanto, da sua experiencia a favor da participação das mulheres nos processos de democratização.

A Conferência “Women in Business” que se realiza hoje em Milão inscreve-se na linha de uma série de conferências sobre este tema, que se vêem tendo lugar desde 1995, ano em que teve como palvo Nova Iorque. A partir dali foi a vez de Francoforte, Londres, Singapura, Sidney, e agora Milão. O fio condutor é enriquecer o debate internacional através do ponto de vista e da experiência directa das mulheres, sem deixar de lado a visão masculina… Enfim, um confronto sobre temas de grande actualidade, para trazer ao de cima a especificidade e a riqueza das visões femininas e masculinas com vista num futuro melhor para a Humanidade.

Para além de Esperança Bias e de Leymah Gbowee, participam no colóquio de Milão, outras cinco mulheres líderes italianas, como Paola Severino, ex-ministra da Justiça e Professora de Direito penal, Lucrezia Reichlin, Directora do Departamento de Economia da London Business School, ou a Irmã Giuliana Galli, membro do Conselho Geral da Companhia de São Paulo.
Das duas convidadas africanas, espera-se – escrevia no passado dia 8 “Il Sole 24 Ore” não só a própria experiência, mas também as “lições de vida” que se podem tirar da África, e em particular das africanas.

Com efeito, lê-se ainda no jornal - “Bancos de Negócios e Institutos de Pesquisa indicam a África como o novo motor para um novo arranque da economia a nível global”. “Com um crescimento estável em volta de 7% e o controlo de 10% das reservas mundiais de petróleo, de 8% do gás, o continente africano toma o lugar dos BRIC”, os cinco países emergentes economicamente: Brasil, Rússia, Índia e China. Mas o continente africano – continua o jornal - vê-se ainda confrontado com um quadro politico muito instável que juntamente com a corrupção e o terrorismo favorecem o aumento das discrepâncias económico-sociais. Com efeito, o número de pessoas que ainda vivem com menos de 1$ por dia ronda os 70% da população africana.

O tema desta edição de “Women in Business” é “Ultrapassar as Fronteiras”, ou seja igualdade de género, igualdade na participação económica, a superação do fosso entre homens e mulheres, mas também a promoção de acções de desenvolvimento sustentável e de colaboração concreta entre os sectores privado, publico, sociedade civil, para favorecer processos de crescimento.

Foto 1 - Leymah Gbowee
Foto 2 - Esperança Bias







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