A Igreja é mãe corajosa, leva os seus filhos ao encontro com Jesus – o Papa Francisco
em Santa Marta nesta terça-feira
A Igreja tem
a coragem de uma mulher que defende os seus filhos para levá-los a Cristo que é o
seu Esposo. Este o sublinhado do Papa Francisco hoje em Santa Marta na Missa matinal. “Jesus
tem a capacidade de sofrer connosco de estar próximo de nós nos nossos sofrimentos
fazendo-os seus”. O Papa Francisco desenvolveu a sua meditação tomando como estímulo
o encontro de Jesus com a viúva de Naim. Diz-nos o Santo Padre que Jesus sentiu “uma
grande compaixão” por esta mulher viúva que agora tinha perdido também o filho. Jesus
sabia o significado de ser viúva naquele tempo, disse o Papa, que considerou ser esta
viúva uma espécie de “ícone da Igreja, porque também a Igreja é em certo sentido viúva”:
“O
seu Esposo morreu e Ela caminha na história, esperando encontrá-Lo. E Ela será a esposa
definitiva. Mas neste entretanto Ela – a Igreja – está sozinha! O Senhor não é visível.
Há uma certa dimensão de viuvês...E penso na viuvês da Igreja. Esta Igreja corajosa
que defende os filhos, como aquela viúva que ia perante o juiz corrupto para defender
e no final venceu. A nossa mãe igreja é corajosa! Tem aquela coragem de uma mulher
que sabe que os seus filhos são seus e deve defendê-los e levá-los ao encontro com
o Esposo.”
“A nossa mãe Igreja é assim! É uma igreja que, quando é fiel, sabe
chorar. Quando a Igreja não chora, alguma coisa não está bem. Chora pelos seus filhos
e reza! Uma Igreja que segue em frente e faz crescer os seus filhos, dá-lhes força
e acompanha-os até ao último momento para deixá-los nas mãos do seu Esposo e que
no final também Ela encontrará. Esta é a nossa mãe Igreja! Eu vejo-a nesta viúva que
chora. E que diz o Senhor à Igreja? Não chores. Eu estou contigo, eu acompanho-te,
eu espero-te lá, nas nupcias, nas últimas núpcias, aquelas do cordeiro. Pára, este
teu filho que estava morto , agora vive!”
O Papa Francisco considerou ser este
“o diálogo do Senhor com a Igreja”. Como disse Jesus ao rapaz para se levantar também
a nós diz-nos de nos erguermos da morte do pecado e nos restitui à mãe Igreja:
“A
nossa reconciliação com o Senhor não acaba no diálogo eu, tu e o padre que nos dá
o perdão; acaba quando Ele nos restitui à nossa mãe. É ali que acaba a reconciliação,
porque não há caminho de vida, não há perdão, não há reconciliação fora da mãe Igreja.
É assim, vendo esta viúva, vejo as coisas um pouco assim sem ordem... Mas vejo nesta
viúva o ícone da viuvês da Igreja que está em caminho para encontrar o seu Esposo.
Fico com vontade de pedir ao Senhor a graça de ser sempre confiante nesta mãe que
nos defende, nos ensina, faz-nos crescer...” (RS)