Cidade do Vaticano (RV) - Papa Francesco irá se encontrar na manhã de segunda-feira,
na Basílica de São João de Latrão com os sacerdotes de sua Diocese de Roma. Para se
preparar para o encontro, o Cardeal Vigário Agostino Vallini, a pedido do Papa, enviou
ao clero uma reflexão escrita em 2008 pelo então Cardeal Bergoglio, quando era Arcebispo
de Buenos Aires, para apresentar a identidade presbiteral à luz do Documento de Aparecida,
resultado da V Conferência do Episcopado Latino-americano.
A Igreja precisa
de “pastores do povo e não de clérigos de Estado”. É uma das passagens mais fortes
da carta que o então Arcebispo de Buenos Aires, enviou em 2008 os seus sacerdotes,
um ano após a Conferência de Aparecida. O Cardeal Bergoglio sublinha, antes de tudo
que a identidade do sacerdote se define “em relação à comunidade”, com duas características:
“dom e fidelidade”. “É oportuno não esquecer – escreveu o futuro Papa - que a identidade
significa pertença. O sacerdote pertence ao Povo de Deus, pois dele saiu, e a ele
é enviado para e fazer parte dele”. E adverte que “aquele que não entra nesta pertença
de comunhão” escorrega “no isolamento do eu”. A consciência “separada do caminho do
Povo de Deus - adverte -, é um dos maiores danos à pessoa do sacerdote” e insiste
que “o que dá identidade ao sacerdote é a sua pertença ao Povo de Deus concreto”.
Portanto, “o que tira ou confunde a mesma identidade é precisamente, o isolamento
da sua consciência em relação a tal povo”. “Mas quem permite a realização desta comunhão?
O Arcebispo de Buenos Aires não tem dúvidas: “é o Espírito Santo” que separa e harmoniza”.
“Sem o Espírito Santo - continua -, corremos o risco de perder a orientação na compreensão
da fé”, corremos o risco de “não sermos enviados, mas de partir por conta própria
e acabar desorientados em milhares de formas de auto-referência”.
O Cardeal
Bergoglio dirige então a sua reflexão à imagem do Bom Pastor. O Documento de Aparecida,
observa, pede aos sacerdotes “comportamentos novos”. (SP)