2013-09-14 14:37:03

Síria: o destino dos cristãos é fugir


Aleppo (RV) - “De nenhum dos vários grupos que compõem as milícias rebeldes, nem daqueles do fundamentalismo islâmico, mas também dos outros, nunca chegou um sinal capaz de tranquilizar os cristãos. Por isso agora, se houver um período de trégua, os cristãos vão pensar apenas em escapar”. Dessa maneira, o Arcebispo armênio católico de Aleppo, Dom Boutros Marayati descreve à agência Fides os medos e sentimentos predominantes entre os cristãos da metrópole do norte da Síria, isolados há meses sob cerco das forças anti-Assad.

Segundo Marayati o ataque ao vilarejo de Maalula “tem também um aspecto simbólico. E nos perguntamos por que eles não fizeram isso antes?”. A perspectiva de um ataque militar liderado pelos Estados Unidos - adverte Marayati – “alimentara em todos, outros motivos de medo. Basta pensar no que poderia acontecer se um míssil atingisse um depósito de armas químicas ... Agora, essa hipótese parece estar suspensa, mas tudo continua incerto: esta guerra destruiu a Síria, não só as pedras e edifícios, mas também os corações. Não há mais esperança de voltar a viver em paz, como ocorria antes”.

As Igrejas de Aleppo se uniram ao convite à oração pela paz feito pelo Papa Francisco, antecipando as vigílias de oração para o dia, 6 de setembro, sexta-feira. Então, quem pôde seguiu pela televisão a vigília de 7 de setembro na Praça de São Pedro e muitos escutaram às palavras fortes proferidas domingo no Angelus pelo Bispo de Roma sobre “guerras comerciais” fomentadas pelo mercado de armas. “O Papa falou forte e claro, disse o que tinha que ser dito”, comentou Dom Marayati, “mas aqueles que têm em suas mãos o destino da guerra preferem não ouvir. A sensação do arcebispo armênio “é que todos nós estamos presos em um jogo maior do que nós. Caminhamos nas trevas. Não podemos imaginar como tudo isso vai acabar. Mas, continuamos a rezar”. (SP)








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