ONU – para breve a apresentação das provas sobre o uso de armas químicas na Síria
O secretário-geral
das Nações Unidas, Ban Ki-moon (foto), disse esta sexta-feira que o relatório dos
peritos da organização vai provar de forma "esmagadora" que foram usadas armas químicas
na Síria, mas escusou-se a avançar se o documento incluirá qualquer indício que aponte
para a responsabilidade do ataque de 21 de Agosto nos arredores de Damasco. O relatório,
que deverá ser apresentado na próxima semana, nunca teve como objectivo determinar
se foram as forças de Bashar al-Assad ou os combatentes da oposição quem lançou as
armas químicas, mas apenas determinar se estas foram efectivamente usadas. Na mesma
declaração, o secretário-geral afirmou ainda que o regime sírio "cometeu vários crimes
contra a humanidade". Segundo a BBC, citada pela edição on line do jornal Público
Ban Ki-moon não se terá apercebido de que as suas palavras estavam a ser transmitidas,
durante uma reunião na ONU. A declaração do responsável foi citada na íntegra pela
agência Reuters: "Acredito que o relatório será esmagador em relação ao uso de armas
químicas, apesar de eu não poder afirmá-lo publicamente antes de o receber." O líder
da equipa da ONU que esteve na Síria, o sueco Ake Sellstrom, confirmou ontem que o
relatório já está concluído. Em Genebra as negociações entre russos e norte-americanos
parecem apontar para um abandono das ameaças bélicas dos EUA, a entrega das armas
químicas por parte da Síria e a organização de uma conferência de paz para a região.
Nos próximos dias deverá haver conclusões e decisões mais concretas sobre os compromissos
assumidos pelas partes. Entretanto no terreno continuam a sofrer sobretudo os menores
de idade. Devido à guerra são mais de 1 milhão as crianças que fugiram à guerra na
Síria procurando ajuda nos países vizinhos como a Jordânia, Líbano, Egipto, Turquia
e Iraque muitas vezes separados da sua própria família. Um dado impressionante fornecido
pela UNICEF que promoveu recentemente uma recolha de fundos no âmbito de uma campanha
à qual chamaram precisamente “as crianças da Síria”. (RS)