2013-09-10 13:02:45

A Síria e o lobby das armas – D. Silvano Tomasi, observador da Santa Sé na ONU em Genebra


Fazem-se guerras para vender armas. Está a ter grande eco a denuncia do Papa Francesco no Angelus de Domingo contra o tráfico de armas que alimentam as guerras, sobretudo aquela que está a destruir a Síria. A Rádio Vaticano ouviu D. Silvano Tomasi, observador permanente da Santa Sé junto da ONU em Genebra...
“Parece-me muito oportuno que o Santo Padre chame a atenção do mundo sobre o tráfico ilegal de armas. Os conflitos violentos – e temos visto tantos nos últimos dias – e as armas andam juntos. A paz não se persegue providenciando meios de destruição, mas a comunidade internacional, investe recursos desproporcionados em despesas militares. Em 2012 foram investidos 1750 mil milhões de dólares em despesas militares; 8% desta cifra global vai para o Medio Oriente. É mesmo óleo no fogo...”
Desta forma, segundo D. Tomasi o lobby do tráfico de armas está bem presente no conflito sírio e em todas as guerras. Existem lucros enormes nesta indústria das armas:
"O lucro transformou-se em lei suprema. Há ganhos enormes que são conseguidos através do tráfico de armas; portanto, há quem “sopre sobre o fogo” para poder vender ainda mais armas. Ao mesmo tempo, parece-me que exista uma outra consideração a fazer: é que ignoram-se as consequências a longo prazo do comércio das armas; as armas continuam a reforçar a criminalidade e a nutrir as máfias de vário tipo. Interesses comerciais – como diz o Papa – jogam um papel importante na transferência de armas, mas pelo meio o ganho dos traficantes e mesmo os interesses comerciais dos Estados que produzem e vendem armas como os Estados Unidos, a Rússia, o Reino Unido, a França, a Alemanha, Israel, China e outros, São Estados onde a indústria de produção de armas é uma componente significativa da economia.”
“A ligação entre os conjuntos industrial e militar é real e tem um peso político desproporcionado ao interesse do bem comum de um país, sobretudo dos grandes países desenvolvidos. A comunidade internacional continua a falar de paz. Deveria, portanto ser a prioridade número um dos esforços internacionais aquele de facilitar tudo aquilo que constroi a paz; ao contrário, vemos que há verdadeiramente um desenvolvimento ligado à produção de armas que suporta certos setores da economia.” (RS)








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