Cidade do Vaticano (RV) - A crise síria poderia ter uma reviravolta. O governo
de Assad, de fato, acolheu favoravelmente a proposta russa para entregar seu arsenal
químico à comunidade internacional. A proposta foi anunciada pelo Ministro das Relações
Exteriores russo Lavrov que nesta segunda-feira recebeu o seu homólogo sírio. Ontem
à noite, foi anunciada a disponibilidade de Damasco.
Damasco está pronto para
colocar o seu próprio arsenal químico sob controle internacional. A Rússia já se ofereceu
para se juntar ao grupo dos países que irá acompanhar todo o processo de entrega.
“Para nós, a vida de nossos cidadãos e a segurança do nosso país - disse o ministro
das Relações Exteriores sírio à televisão russa - são uma prioridade. Nós confiamos
na sabedoria das autoridades de Moscou”.
Ontem Lavrov convidou os Estados
Unidos de se concentrarem “não na preparação de um cenário militar, mas na preparação
de uma conferência de paz”. De fato, ainda não foi estabelecida uma data para o início
do chamado “Genebra 2”, ou seja, uma negociação aberta a todas as partes em causa,
incluindo o Irã, como solicitado pelo Kremlin. Uma solução política para a crise síria
ainda é possível, esta é a mensagem de Moscou.
Da Europa, chegam comentários
encorajadores: a Chanceler alemã, Angela Merkel julga interessante a proposta russa
e a França a define aceitável, mesmo se a três condições. De Washington vem um sinal
de abertura cautelosa: “Nós vamos analisar em profundidade a proposta russa”, disse
Obama, mas alertou: não vamos aceitar a perda de tempo. Hoje se espera o discurso
de Obama à nação. (SP)