Rio de Janeiro (RV) - O Santo Padre, o Papa Francisco, convoca toda a Igreja
e convida a todos os demais, cristãos, outras religiões e pessoas de boa vontade,
para, neste sábado, dia 07 de setembro, unir-se a ele em um dia de jejum e de oração
em vigília em favor da paz em todo o mundo, particularmente na Síria.
Em nossa
Arquidiocese queremos ouvir o apelo do Santo Padre. Em sintonia com as vigílias paroquiais,
a celebração oficial nessa intenção, em âmbito arquidiocesano e, também pelas necessidades
do Santo Padre, será realizada no Santuário Nossa Senhora da Penha, às 11h30, iniciando
com a recitação do Rosário, acompanhada de bênção do Santíssimo Sacramento e a oração
do Ângelus. Essa oração acontecerá todos os sábados, rezando na intenção do Santo
Padre.
Antes deste momento, dois momentos fazem parte da programação arquidiocesana:
a Missa pelo "Rio Celebra", às 9h, na Paróquia Nossa Senhora de Bonsucesso, transmitida
ao vivo para todo o Brasil, e a Vigília Noturna no Santuário de Adoração Perpétua,
na Igreja de Sant’Ana.
De forma especial, a intenção de rezar pela paz na Síria
e pelo mundo inteiro será ampliada nas celebrações da peregrinação da imagem de Nossa
Senhora de Nazaré pela Arquidiocese: na oração do Ângelus, às 12h, na Paróquia Nossa
Senhora do Loreto, na Freguesia, em Jacarepaguá; no Terço de Nossa Senhora, às 15h,
na Paróquia Nossa Senhora da Cabeça, na Penha, e na Missa e Vigília, a partir das
16h30, na Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, em Anchieta.
Essa será também a
intenção especial na Assembleia dos Círculos Bíblicos que acontecem por vicariatos
nessa véspera da Natividade de Nossa Senhora. Todas as paróquias estão também divulgando
suas atividades próprias em unidade com este pedido. Enfim, todos nós, respondendo
ao apelo do Santo Padre, estaremos rezando pela paz.
Para esses momentos celebrativos
e devocionais, a Arquidiocese publicou um texto especial com sugestões e orientações,
que se encontra em nosso site. As comunidades poderão utilizá-lo e mesmo acrescentar
outros momentos próprios e especiais de orações.
Neste ano comemoramos o jubileu
de ouro da Encíclica do Papa João XXIII “Pacem in terris” que se inicia assim: (1.)
A paz na terra, anseio profundo de todos os homens de todos os tempos, não se pode
estabelecer nem consolidar senão no pleno respeito da ordem instituída por Deus. E
diz ainda no final: (170.) Esta paz, peçamo-la com ardentes preces ao Redentor divino
que no-la trouxe. Afaste ele dos corações dos homens quanto pode pôr em perigo a paz
e os transforme a todos em testemunhas da verdade, da justiça e do amor fraterno.
Ilumine com sua luz a mente dos responsáveis dos povos, para que, junto com o justo
bem-estar dos próprios concidadãos, lhes garantam o belíssimo dom da paz. Inflame
Cristo a vontade de todos os seres humanos para abaterem barreiras que dividem, para
corroborarem os vínculos da caridade mútua, para compreenderem os outros, para perdoarem
aos que lhes tiverem feito injúrias. Sob a inspiração da sua graça, tornem-se todos
os povos irmãos e floresça neles e reine para sempre essa tão suspirada paz.
No
domingo passado, o Papa Francisco fez um apelo veemente pela paz! Sua voz ecoou pelo
mundo! “Dirijo um forte apelo pela Paz”, disse ele. Não podemos assistir mais a guerra
acontecer aos nossos olhos de braços cruzados. Pessoas morrem não só na Síria. Crianças
são assassinadas em massa, com armas químicas, e ficamos que anestesiados, como se
nada tivéssemos com isso. É pecado tirar a vida humana, principalmente a de inocentes
com armas letais! O Papa Francisco foi enfático ao dizer no último domingo que: "Nunca
mais a guerra! A paz é um dom demais precioso, que deve ser promovido e tutelado.
Jamais o uso da violência leva à paz. Guerra chama guerra, violência chama violência!"
Ele se fez intérprete do “grito que se eleva, com crescente angústia, em todos os
cantos da Terra, em todos os povos, em cada coração, na única grande família que é
a humanidade: o grito da paz!”
Assistimos estarrecidos a mais uma vez algumas
nações se prepararem para a guerra, invasões! Será que não bastam as guerras a que
assistimos nos primeiros anos deste século e que só causaram mais destruição, divisão,
ódios? Estamos indo mais uma vez por caminhos errados. A humanidade não merece esse
caminho de violência!
Recordou o Santo Padre: “Com todas as minhas forças,
peço às partes envolvidas no conflito que escutem a voz da sua consciência, que não
se fechem nos próprios interesses, mas que olhem para o outro como um irmão e que
assumam com coragem e decisão o caminho do encontro e da negociação, superando o confronto
cego.”
Ao assistir a esses conflitos internacionais, olhemos também ao redor!
Iremos construindo a paz a partir do momento em que a vivemos em gestos concretos,
começando pela nossa casa, no trânsito, no nosso bairro, na nossa comunidade, na Igreja,
na cidade, no Estado e no País. Por isso, no dia 07 de setembro, Dia da Pátria, ocasião
em que a Igreja estará de jejum e em oração, queremos rezar pela Paz no mundo, mas,
também, no Brasil. A paz existirá quando as pessoas mudarem os seus comportamentos
e isso, sobretudo será possível se formos homens e mulheres de contemplação e de oração.
Neste dia em que a nossa Arquidiocese se reúne nas Assembleias dos Círculos Bíblicos,
nesse mês da Bíblia, o caminho da Palavra de Deus é muito claro. Maria assim nos indica
pelo seu sim, e teremos a oportunidade de viver a peregrinação de Nossa Senhora de
Nazaré também nestes dias aqui em nossa cidade. São sinais que o Senhor nos proporciona.
Neste
tempo propício de luta pela paz, edifiquemos gestos de paz que nascem da vida de pessoas
que cultivam constantemente no próprio espírito atitudes de paz; são fruto da mente
e do coração de "obreiros da paz" (cf. Mt 5, 9). Gestos de paz são possíveis quando
as pessoas têm em grande apreço a dimensão comunitária da vida, podendo assim perceber
o significado e as consequências que certos acontecimentos têm para a sua própria
comunidade e para o mundo inteiro. Gestos de paz criam uma tradição e uma cultura
de paz.
Façamos eco ao apelo do Santo Padre: “por isso, irmãos e irmãs, decidi
convocar toda a Igreja, no próximo dia 7 de setembro, véspera da Natividade de Maria,
Rainha a Paz, um dia de jejum e oração pela paz na Síria, no Oriente Médio, e no mundo
inteiro, e convido também a unir-se a esta iniciativa, no modo que considerem mais
oportuno, os irmãos cristãos não católicos, aqueles que pertencem a outras religiões
e os homens de boa vontade”.
A esse convite que o Santo Padre, o Papa Francisco,
renovou na quarta-feira passada ao final de sua audiência geral dedicada à Jornada
Mundial da Juventude, respondemos com entusiasmo renovado: “Eis-nos aqui”!
†
Orani João Tempesta, O. Cist. Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio
de Janeiro, RJ