2013-09-05 13:21:15

P. Samir: diálogo, única via para o conflito na Síria


RealAudioMP3 Em primeiro plano nos media persiste o apelo à paz e ao diálogo lançado no Domingo pelo papa Francisco. Fabio Colagrande falou do caso com o Pe. Samir Khalil Samir, professor de História da Cultura Árabe e Estudos Islâmicos na Universidade Saint Joseph, de Beirute:
R. – A luta na Síria já não é a luta da democracia contra a autocracia: era assim ao princípio, contra a ditadura para obter democracia e liberdade. Hoje em dia, tornou-se uma luta do campo sunita - representado pelos países árabes da Península Arábica, com a ajuda de outros países e a ajuda, se assim a podemos considerar, de todos aqueles movimentos fundamentalistas terroristas - contra o regime. Aproximadamente regime xiita, porque os Alauitas são apenas uma parte. Ressurgem assim quase 14 séculos de ódio. O problema não é por nada religioso.Quanto é importante este apelo do Papa para a paz e que resultados poderá ter?R. – Na verdade, o Papa resume o que qualquer pessoa sensata pensa: a guerra traz a guerra, a violência provoca violência, para nunca mais acabar. Melhor o diálogo, mesmo que difícil, mesmo que cada qual tenha que fazer passos na direcção do outro e tenha de renunciar uma parte daquilo que considera justo. Melhor isto que uma guerra: existem já mais de 100 mil mortos, não se pode planificar ainda mais guerra na esperança que ela traga a paz. É impossível, porque na Síria agora as duas partes encontram-se num ponto tal de ódio recíproco que cada qual teme de poder ceder e assim desaparecer, ser morto juntamente com a comunidade e seus seguidores. Não existe outra solução senão a oração e o jejum, como diz o Evangelho e como disse o Santo Padre, na dimensão da humanidade que tem um pouco de espiritualidade. E, por outro lado, existe o diálogo: foi agendado para a próxima semana um debate com possíveis concessões mútuas.
Pode-se realmente pensar na via da negociação? Alguns dizem que a negociação já não tem ponto de saída ...
R. – A negociação é a única via. Que ela é difícil, ninguém tem dúvida. A outra via seria exterminar todos os oponentes. A única via, portanto, é a negociação, ou seja, a presença de um "árbitro": a comunidade internacional - representada pela ONU e por alguns Países não todos do mesmo "campo" – que proponha coisas razoáveis e soluções ​​que não vão totalmente por um lado ou pelo outro. Cada parte escolhe os seus representantes mais "razoáveis", mais abertos ao outro, e uma comissão internacional que funcione como um guia. Eu não conheço outra solução.Como estão envolvidos hoje os cristãos da Síria nesta crise e qual pode ser a sua contribuição para a paz?
R. – Antes de tudo, começar a fazer na Síria este acto espiritual do jejum e da oração. Quanto mais adesões houver maior será a atmosfera para a paz. A Síria tem uma tradição de respeito, porque lá havia um regime ao mesmo tempo baasista e leigo. Penso que os cristãos são vistos por todos como os mais "pacificadores".








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