Roma (RV) – Nos últimos dias chegou à Jordânia, uma delegação da Caritas italiana
para avaliar as necessidades nos campos de refugiados, que hospedam mais de um milhão
de sírios. A missão vai prosseguir até 30 de agosto, tocando também Jerusalém e a
Cisjordânia para coordenar as intervenções humanitárias na complexa realidade do Oriente
Médio. A Rádio Vaticano conversou com Paolo Beccegato, Responsável pelo setor internacional
do organismo da Igreja.
P. - Enquanto as armas dominam a cena na Síria e a
diplomacia é incapaz de resolver o conflito, como está sobrevivendo a população em
fuga? Qual situação vocês encontraram nos campos de refugiados da Jordânia?
R.
- "Em primeiro lugar, há uma grande preocupação com as notícias que chegam em nível
internacional, porque, certamente, no Oriente Médio tudo está colligado; há aqueles
que têm um parente na Terra Santa, no Líbano, há quem ainda tem fortes ligações com
Síria e não falo só dos cidadãos sírios, mas também dos jordanianos e assim por diante.
Assim, a apreensão e a preocupação estão nos níveis mais elevados. O número total
de sírios na Jordânia já ultrapassou um milhão e 300 mil; portanto, um número impressionante
se considerarmos que, em todo o país há seis milhões de habitantes. Depois se considerarmos
que, a esses se acrescentam mais de meio milhão de iraquianos que continuam no país,
e mais de meio milhão de egípcios, certamente é um conjunto de pessoas de diferentes
nacionalidades que efetivamente não é fácil de administrar, manter em paz e em serenidade”.
P.
- Como vocês estão se coordenando para as ajudas junto com outras Caritas locais?
R.
- "Tenho que dizer que encontramos uma grande capacidade de organização, um grande
desejo de colaboração entre governo, agências da ONU, realidades locais, a Igreja
que é muito ativa; A Caritas da Jordânia segue 130 mil pessoas. Portanto, o esforço
é enorme. O que ao invés nos causa extrema preocupação é o futuro cenário e a imprevisibilidade
do que pode acontecer nos próximos dias". (SP)