2013-08-26 15:15:41

Proclamada semana de protestos na Tunísia


Túnis (RV) – Milhares de pessoas lotaram a praça da capital da Tunísia no último sábado, 24, manifestando em frente à Assembleia Nacional para pedir a demissão do governo. A mobilização deu início à semana de protestos organizada pelos partidos de oposição, reunidos na Frente de Salvação Nacional – segundo os quais o governo atual, liderado pelo partido islâmico Ennahda, não é capaz de garantir a segurança e estabilidade econômica no país.

A oposição pede que o executivo seja substituído por um gabinete técnico que organize novas eleições. “Os colocamos à prova, falharam, agora devem ir embora”, gritavam os manifestantes. A mobilização da noite de domingo, 25, iniciou-se com uma interpretação do hino nacional cantado por dezenas de membros da oposição eleitos na Assembleia Nacional, mas que congelaram a própria participação nas atividades parlamentares em protesto contra o governo.

Diversas medidas de segurança foram adotadas por parte da polícia, que verificou as bolsas dos participantes durante a ação. Não houve confrontos nem gás lacrimogêneo, como em outras recentes manifestações. Na última quinta-feira, o partido no poder anunciou ter aceitado a proposta de formar um executivo técnico, mas apenas depois de novas negociações.

Os opositores condenaram o posicionamento do partido islâmico, alegando tratar-se de uma tática de protelação. Karima Souid, membro do partido Al-Massar de centro-esquerda, comentou que “a oposição está determinada a negar qualquer negociação antes que o governo seja desfeito. Apelamos por um governo de segurança pública, que gere os assuntos do país e que leve as eleições a serem livres e justas, sem medo”.

A Tunísia foi o cenário da Primavera árabe, em janeiro de 2011. As revoltas no país acarretaram à queda de Zine El Abidine Bem Ali e a uma significativa transição política. Nos últimos meses a crise reacendeu, especialmente depois dos homicídios dos líderes de oposição Chokry Belaid, morto em fevereiro e Mohammed Brahmi, assassinado em julho. (NV)







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