2013-08-26 20:45:16

Hóstias usadas por Papa Francisco na Casa Santa Marta foram feitas por detenta argentina


Cidade do Vaticano (RV) – As hóstias que o Papa Francisco tem usado nas Missas celebradas na Casa Santa Marta, foram feitas por Gabriela Caballero, de 38 anos e que, há três, vive na Unidade 47 da Penintenciária ‘San Martin’, próxima a Buenos Aires. O Santo Padre teve notícias pela primeira vez de Gabriela e de seu laboratório para preparar hóstias no café da manhã de 16 de julho passado, através do Bispo de San Isidro, Dom Oscar Vicente Ojea.

Dom Ojea, naquele dia sentado na mesa junto com Francisco, falou ao Papa sobre Gabriela, detenta que está cumprindo pena de 7 anos e do seu singular laboratório. “Entreguei ao Papa a carta e as fotografias do laboratório, que Gabriela havia lhe enviado”, contou o prelado. “O Papa ficou muito tocado pelo fato desta moça fazer as hóstias que nós usamos na missa. O Pontífice pegou o pacote sem abri-lo e levou-o ao seu apartamento”, disse Dom Ojea.

No dia 18 de julho o Papa Francisco celebrou a primeira Missa com algumas destas hóstias e no dia 19 escreveu à mão uma breve carta de agradecimento à Gabriela. “O que mais me impressionou da carta do Papa – comentou Dom Ojea – é a frase em que diz estar certo que ela reza por ele. Fiquei tocado que o Santo Padre sinta-se seguro por uma pessoa insegura, porque está privada de sua liberdade. É quase um paradoxo: sentir-se seguro com a oração de uma pessoa que está sofrendo”.

Na única entrevista concedida por Gabriela, acompanhada do Padre Jorge Garcia Cuerva, a jovem recordou que foi o sacerdote que comunicou a ela que o Papa havia respondido a sua carta pessoalmente. “Eu conheço Dom Ojea - disse Gabriela – pois seguidamente vem aqui. Quando eu soube que ele estaria com o Papa, não tive nenhuma dúvida: era a ocasião para doar ao Papa algumas de nossas hóstias artesanais e algumas fotografias do nosso laboratório”.

“Sinceramente não imaginava que me responderia, observou Gabriela. Não queria ter ilusões. Escrevi ao Papa uma carta e as minhas companheiras diziam: “o Papa te responderá. Ele responde a todas as cartas. Este Papa quer chegar a todos em todos os lugares. Quer estar próximo às pessoas, ao povo e nós somos o povo. Veja Gabriela, estamos habituadas a ver Papas muito estruturados. Este é diferente, fora do comum, é todo ao contrário””.

“Fiquei muito feliz ao saber que tinha uma resposta só para mim. Ler ‘querida Gabriela’ foi um golpe prá mim, privada de liberdade e num local com tantas horas escuras. Sou feliz em saber que de uma prisão posso chegar ao Vaticano”.

Gabriela também contou na entrevista a história do laboratório onde trabalha com outras companheiras de cela e sublinha: “Usamos máquinas e aparelhos muito velhos. São utensílios emprestados por algumas religiosas. As nossas são hóstias artesanais porque são feitas com este material de ferro. Não tem nada de digital, como são feitas hoje. Saem grandes ou pequenas, mas depois fazemos o corte preciso. Me ajuda Gabriela Cabrera, que vem de um outro setor da prisão onde trabalha”. (JE)








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