"Kutchinga", uma prática nada favorável ao combate à SIDA
Gaza é a Província moçambicana com a mais alta taxa de incidência do HIV-SIDA em Moçambique.
É que está num dos chamados corredores, ou zona fronteiriça com outros países, nomeadamente
a África do Sul, para onde muitos moçambicanos vão trabalhar nas minas. Ficam lá meses
e voltam infectados pelo vírus, que passam depois pela esposa ou esposas. Mas não
é só isso. Na Província é bastante difundida também uma prática tradicional de purificação
das viúvas, que, em tempos de SIDA, se transforma num autentico veículo de difusão
da doença… Há também a tendência dos doentes a ir a curandeiros em vez de se dirigir
ao Hospital…
A “Reencontro”, Associação de apoio a crianças órfãs e vulneráveis
devido à SIDA, tem vindo a trabalhar também com os médicos tradicionais no sentido
de ajudarem os doentes a enfrentar conveniente e positivamente a doença.
É
o que pôde constatar a jornalista da Rádio Vaticano, Dulce Araújo, aquando da sua
recente visita a Moçambique para reportagens sobre as actividades dessa Associação.
Uma visita que a levou, para além da Província do Maputo, também a Gaza, onde a Reencontro
tem uma delegação. Ali visitou famílias a braços com a doença e falou com o pessoal
da Associação, entre as quais a enfermeira Ana Davide Inguane.
Uma conversa
em que ela descreve as actividades da Associação no domínio da saúde, o envolvimento
dos doentes nalgumas actividades para não se desencorajarem no seguimento da terapia
e a colaboração com os medicos tradicionais no combate à SIDA...
Foto: a enfermeira
Ana Davide, na sede da "Reencontro" em Gaza, juntamente com o Sr. André Langa, Oficial
de Monitoria e Avaliação dos Programas