2013-08-23 14:05:49

Continua alta a tensão na Rep. Centro-Africana


Cidade do Vaticano (RV) - Na República Centro-Africana continua alta a tensão. É de pelo menos 11 mortos e cerca 30 feridos o balanço das vítimas de uma operação militar das forças do novo governo que visa o desarmamento dos seguidores do deposto Presidente François Bozizé. Entretanto, encontra dificuldade em iniciar o processo de estabilização que deveria culminar com as eleições democráticas, segundo quanto afirmou o neo-Presidente Djotodia, líder do movimento rebelde Seleka, autor do golpe de Estado no último mês de março; enquanto isso a população é objeto de violências e abusos contínuos. Sobre a situação a Rádio Vaticano ouviu o testemunho da religiosa comboniana, Irmã Elianna, que é missionária em Bangui, aonde chegou dois anos atrás.


R. - O país está basicamente bloqueado. As pessoas vivem ainda em constante insegurança e medo, porque, apesar de sido iniciado o desarmamento pelo grupo Seleka, as pessoas continuam a ser sequestradas, continuam o saqueios, os roubos, as violências e as injustiças para com o povo. Assim, o clima em que, infelizmente, ainda vive a maioria das pessoas é, como eu disse, um clima de medo e insegurança; não se pode fazer planos a longo prazo, não há liberdade de expressão e também uma verdadeira liberdade de movimento. Além disso, a situação social é muito difícil. O momento em que o Seleka invadiu o país era o momento da semeadura, do cultivo e dos cuidado da plantação. Essas coisas não foram feitas, então o dinheiro não circula e as pessoas vivem uma grande crise de alimentos.


P. - Então, pobreza que se soma ao medo em um clima quase de “ajuste de contas”?

R. - Sim, e infelizmente esse martirio diário para a população está também gerando novos sentimentos de ódio e vingança. Existe esse risco de uma fratura social entre cristãos e muçulmanos, embora haja um esforço contínuo e constante por parte da Igreja, Católica, Protestante e dos líderes muçulmanos para evitar isso. Há constantes iniciativas comuns de diálogo, de formação, para convidar ao diálogo, ao respeito mútuo, e a um futuro juntos.


P. - Para sair desta situação, o que seria necessário?

R. - A situação é muito complexa. O que os bispos estão pedindo, o que a sociedade civil pede, é a ajuda de uma força internacional, para poder fazer sair do país todas as tropas mercenárias e criar oportunidades, para que as forças armadas centro-africanas voltem a assumir o controle da situação. (SP)








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