Siria - Ataque químico provoca mais de 1200 mortos. Núncio em Damasco apela: "Basta com esta guerra"

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O mundo olha atónito e incrédulo para as imagens que vêm da Síria, onde um ataque com armas quimicas provocou a morte de mais de 1200 pessoas, muitos deles crianças e mulheres. A operação aconteceu ontem no oásis de Ghouta a Sudeste de Damasco. A oposição aponta o dedo a Bashar Al-Assad, que por sua vez recusa qualquer responsabilidade acusando os rebeldes de manipulação mediática. A ONU pede uma clarificação dos factos enquanto que os EUA e a Rússia continuam com posições opostas: os norte-americanos dizem ser claro que as forças governamentais utilizaram o gás; Moscovo relança acusações aos rebeldes sírios.
As imagens difundidas pela oposição síria parecem falar bem claro: filas intermináveis de corpos com a marca da asfixia por arma química; são homens, mulheres e crianças intoxicados pelo pior bombardeamento com armas não convencionais nos últimos 25 anos, desde o ataque de Saddam Hussein em 1988 contra os curdos. O governo sírio admite um ataque mas não com armas químicas e diz que tudo se deve ao facto de estarem em Damasco os inspectores da ONU. A opinião pública mundial olha agora para Barack Obama que no ano passado tinha dito que a linha vermelha para um envolvimento norte-americano era precisamente o uso de armas químicas.
A nossa colega da redação francesa Manuela Affejee recolheu o apelo de paz do Núncio Apostólico em Damasco, Mons. Mario Zenari. Ouçamo-lo...
R.- Atingiram toda a gente, creio que todo o mundo. Estas imagens que circulam na internet e na televisão são verdadeiramente um choque para a comunidade internacional. Aqui as pessoas estão cansadas e creio que verdadeiramente lança um grito de alarme para a comunidade internacional para dizer: Ajudem-nos para que esta guerra termine imediatamente. Estamos cansados desta guerra e já não aguentamos mais! Não se consegue mais aguentar desta maneira! Creio que este grito pede um esforço maior da comunidade internacional para encontrar rapidamente uma solução política para esta grave crise.