2013-08-22 17:23:36

Cristãos de Orissa vivem com medo, mas Igreja trabalha pela reconciliação: diz bispo indiano


Nova Délhi (RV) - Aproxima-se na Índia o quinto aniversário do início das violências anticristãs, eclodidas em 25 de agosto de 2008 no distrito de Kandahamal, no Estado de Orissa. Foram mais de cem mortos, milhares de feridos e estruturas dadas às chamas. Mas qual é a situação neste momento? Foi o que a Rádio Vaticano perguntou ao bispo de Vasai e presidente do Setor para o diálogo e o ecumenismo da Conferência Episcopal Indiana, Dom Felix Anthony Machado. Eis o que disse:

Dom Felix Anthony Machado:- "A situação é significativamente boa, no sentido que a Igreja trabalhou muito para alcançar uma reconciliação entre a população. Em primeiro lugar, trabalhou para reconstruir o coração das pessoas; depois fez muito para ajudar o povo que foi atingido, as pessoas perderam suas propriedades, as casas, as pessoas que tiveram que abandonar sua cidade. Inclusive a Caritas fez muito; depois tantos outros ajudaram a reconstruir materialmente a vida diária dessas pessoas."

RV: Porém, segundo as notícias que chegam, os cristãos ainda vivem com medo...

Dom Felix Anthony Machado:- "Sim, é verdade, porque o que aconteceu foi um verdadeiro trauma. As pessoas são pobres e ainda vivem com este medo, inclusive porque esses pequenos grupos de fundamentalistas ainda incutem medo entre as pessoas, que assim se sentem em perigo."

RV: O que fazem esses pequenos grupos de fundamentalistas hinduístas?

Dom Felix Anthony Machado:- "Em 2014 se realizarão as eleições. Há uma campanha eleitoral muito agressiva por parte destes fundamentalistas, porque querem obter o poder político. Por esse motivo estão se preparando e difundindo medo entre as pessoas. Como nós, Igreja, somos numericamente em minoria e em alguns lugares os cristãos são realmente em minoria, então levam a sério este medo porque se aconteceu uma vez, poderá acontecer novamente; pensam nisso. A meu ver não é possível que o façam outra vez – e espero que não o façam –, mas ninguém pode ter certeza. O fato é que com essa agressividade com a qual fazem a campanha eleitoral para 2014, as pessoas têm medo. Os cristãos que estão nas cidades, naqueles lugares onde o cristianismo tem uma substancial maioria, não têm este medo. Porém, sentimos muito porque nossos irmãos e irmãs mais pobres são tratados desse modo e vivem neste drama do medo." (RL)







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