Cidade do Vaticano (RV) – Agrava-se, a cada dia, a crise na Síria, sobretudo
depois das tristes imagens que chegam, através dos meios de comunicação, sobre o presumível
uso de armas químicas contra os civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças. Tudo
isso sem contar o número crescente de civis, que fogem para países vizinhos, criando
um drama no drama. A propósito, eis o que o arcebispo Silvano Maria Tomasi, Observador
permanente da Santa Sé, junto a ONU em Genebra, disse à Rádio Vaticano:
“A
Comunidade internacional está se preocupando, justamente, sobretudo com os últimos
acontecimentos na Síria, que causaram centenas e centenas de mortos. A primeira observação
a ser feita é aquela já feita pelo Santo Padre, ou seja, que a violência não traz
nenhuma solução; portanto, é preciso retomar o diálogo, em vista do próximo encontro
em Genebra, onde os representantes de todas as partes da sociedade síria poderão expor
suas razões e, ao mesmo tempo, criar uma espécie de governo de transição. Este poderia
ser um bom meio para deter a violência, como também para não enviar armas à oposição
e ao governo. Outra observação seria a de não fazer uma leitura parcial da realidade
da Síria e do Oriente Médio. É preciso levar em conta todos os aspectos que criam
esta situação de violência e de contínuo conflito. Logo, é preciso respeitar cada
cidadão e fazer com que as identidades religiosas, étnicas e políticas possam agir
em um contesto de diálogo.”.
Dom Silvano, dizem que na Síria há ataques
com armas químicas, mas Damasco desmente categoricamente… há até quem fale de intervenção
armada, se isto fosse confirmado.
“A experiência de ataques semelhantes
no Oriente Médio, Iraque e Afeganistão, demonstra que o uso de tais armas não leva
a nenhum resultado construtivo. Vale sempre o princípio de que “com a guerra se perde
tudo”. Sobre um eventual ataque químico, nunca se deve julgar de antemão, sem ter
certeza dos fatos. A Comunidade internacional, através dos observadores das Nações
Unidas, que já estão presentes na Síria, vão esclarecer esta nova tragédia. No entanto,
não se pode fazer acusações gratuitas.” (Sic/MT)