Karon (RV) – Agredidos, insultados e surrados por cerca 150 pessoas: foi o
que ocorreu a dois sacerdotes jesuítas e a duas religiosas que trabalham com membros
da tribo Santal em uma missão católica em Karon, na Índia. O ataque ocorreu três dias
atrás. A desencadear a cólera do grupo parece ter sido a morte de um menino de 7 anos,
que se hospedava na estrutura administrada pelos religiosos católicos.
Todavia,
os jesuítas da Província de Dumka-Raiganj – que administram a missão – suspeitam do
envolvimento dos grupos radicais hindús Rashtriya Sawayamsevak Sangh (Rss) e Bajrang
Dal. No último dia 2 de agosto um menino começou a sentir fortes dores no estômago.
Preocupados, os membros da missão levaram imediatamente o menino para o hospital local,
onde infelizmente faleceu. Os médicos informaram que se tratou de uma parada cardíaca.
Sacerdotes
e religiosas levaram o corpo do menino até seu vilarejo, que se encontra no Distrito
de Chittaranjan. Enraivecidos pelo que ocorreu, os habitantes primeiro detiveram os
religiosos, e depois os deixaram ir. “Tínhamos pedido a eles um novo encontro – disse
à agência AsiaNews o Padre jesuíta Michael Panimegam, Diretor da missão – e no dia
18 de agosto se apresentaram cerca 150 pessoas, entre as quais os pais da criança.
Pouco depois do início do encontro o pai do menino se aproximou e me deu um tapa,
contou o sacerdote. Então outros começaram a quebrar os vidros das janelas, destruir
os objetos da casa, e a mãe do menino começou a me bater”.
As mulheres do grupo
– cerca 60 – atacaram a Irmã Sahaya, que dirige a escola da missão. “Puxaram-na pelos
cabelos e pelo vestido – recordou o sacerdote – e depois começaram a bater nela”.
Também bateram em outra religiosa. A intervenção da polícia dispersou os agressores.
Um dos sacerdotes presentes no momento da agressão, Padre Salomon, teve ferimentos
na cabeça.
Antes de ir embora, o grupo pediu um ressarcimento de 1 milhão de
rupias, mas os missionários não aceitaram. O incidente deixou os sacerdotes e as religiosas
transtornados. Todavia, eles estão convencidos de que foram os fundamentalistas hindus
a fomentar a comunidade, usando a dor dos pais pela perda do filhos.
“Perdôo
os meus agressores – disse à agência AsiaNews Padre Panimegam – e com a graça de Deus
e do seu Espírito continuarei a servir esta comunidade de Santal através da missão
educativa dos jesuítas”.
Fundado em 2004, o Centro Missionário tem como nome
Deepshikha, “Tocha” e compreende também um dormitório e uma escola. Em 2005 chegaram
algumas religiosas da Congregação da Imaculada Conceição, que assumiram a administração
da escola. (SP)