Bispo auxiliar caldeu de Bagdá: cristãos na linha de frente na assistência aos refugiados
sírios
Bagdá (RV) - Milhares de curdos sírios continuam atravessando a fronteira que
divide a Síria do Curdistão iraquiano, em fuga da guerra e das privações. As mais
de 15 mil pessoas que atravessaram o confim se juntaram aos 154 mil refugiados já
presentes no território iraquiano. Sobre a situação humanitária a Rádio Vaticano entrevistou,
por telefone, o bispo auxiliar caldeu de Bagdá e presidente da Caritas no Iraque,
Dom Shlemon Warduni. Eis o que disse:
Dom Shlemon Warduni:- "No momento
estamos em visita pastoral, com o Patriarca, no norte do Iraque. Visitamos cerca de
trinta famílias de refugiados hóspedes de nossos cristãos. Além disso, aqui temos
dois campos de refugiados e o governo do norte busca fazer o possível para ajudar
este povo."
RV: Que tipo de assistência se tem dado a essas pessoas?
Dom
Shlemon Warduni:- "Os nossos cristãos lhes dão assistência fazendo o possível.
Mas não é tão fácil, de imediato, porque no momento não há muita disponibilidade:
aqui nos encontramos diante de necessidades extraordinárias. Na Síria há grandes dificuldades
e as pessoas vão para o lugar mais próximo delas onde encontram disponibilidade. Como
faziam os nossos iraquianos quando havia grandes dificuldades: buscavam um lugar mais
seguro onde pudessem seguir adiante e viver com tranqüilidade."
RV: Apesar
de todas as dificuldades em dar assistência imediata, o Iraque é um dos países que
mais acolhe refugiados provenientes da Síria...
Dom Shlemon Warduni:-
"Também a Síria, quando estávamos em grandes dificuldades, acolheu muitos cristãos
em suas cidades: Alepo e Damasco, por exemplo. Portanto, agradecemos a Deus por existir
este espírito de ajudar os outros."
RV: Esta preocupação pelos refugiados
oriundos da Síria se acrescenta a outra preocupação pelas vicissitudes internas do
Iraque, atingido por numerosos ataques e por numerosas ameaças à segurança...
Dom
Shlemon Warduni:- "Estamos numa situação de grandes dificuldades, e não
sabemos o que fazer. Por isso rezamos sempre. Sempre gritamos ao mundo inteiro: "Ajudem-nos
a fazer a paz, a criar a segurança, a transmitir este sentido cristão do amor de modo
que todos, juntos, possamos fazer algo!" É isso que Cristo nos pede, é isso que a
Igreja deve viver!" (RL)