Bogotá (RV) - “As vítimas tem direito a uma vida digna e à restituição de suas
terras”. Este é o slogan de uma campanha lançada pela Conferência Episcopal da Colômbia,
conjuntamente com o Secretariado Nacional da Pastoral Social, com o Alto Comissariado
da ONU para os Direitos Humanos e pelo Alto Comissariado para os Refugiados.
O
objetivo da campanha é informar as vítimas de desapropriações à mão-armada de milhares
de hectares de terra por parte dos grupos ilegais, vigiar sobre sua tutela, sensibilizar
a comunidade internacional sobre a necessidade de proteger o direito à vida no contexto
do conflito armado.
A campanha foi apresentada no Departamento de Norte de
Santander, um dos mais atingidos, onde pelo menos 90 mil famílias foram obrigadas
a abandonar suas terras devido à violência dos grupos armados. O governo comprometeu-se
a restituir aos legítimos proprietários dois milhões de hectares em lotes, num total
de 6,6 milhões depredados ou deixados sem cultivos.
Na cidade de Tibú, região
de Catatumbo, milhares de campesinos manifestaram-se nos meses passados, realizando
bloqueios para evitar a entrada no local de mercadorias, o que provocou falta de bens
de primeira necessidade. O protesto era contra a destruição de plantações de coca
- para muitos, o único meio de subsistência – e contra a falta de um plano por parte
do governo para substituí-las por cultivos legais. A mobilização encerrou em 9 de
agosto com a assinatura de um ‘acordo de garantia’ entre as partes e a criação de
um calendário de reuniões para se buscar uma solução para a crise. (JE)