Papa celebra a solenidade da Assunção de Maria em Castel Gandolfo
Cidade do Vaticano (RV) – A Liturgia de hoje celebra a Solenidade da Assunção
de Nossa Senhora ao Céu. Nesta ocasião, Papa Francisco deixou, nesta manhã, a Casa
Santa Marta, no Vaticano, para ir a Castel Gandolfo, perto de Roma, para celebrar
a Santa Missa e a oração do Angelus, na Praça da Liberdade, diante da Residência de
Verão dos Papas.
O Pontífice deixou o Vaticano, às 9:00 hs, e se dirigiu, de
automóvel, a Castelgandolfo, onde chegou após 30 minutos de viagem.
Precisamente
há um mês, o Papa Francisco fez sua primeira visita oficial a Castel Gandolfo, onde
se encontra a Residência Pontifícia de Verão dos Papas. Na ocasião, ele visitou o
Mosteiro das Filhas de Santa Clara de Assis.
Hoje, o Bispo de Roma voltou a
visitar o Instituto das Clarissas, para expressou, mais uma vez, seus profundos agradecimentos
pela sua vida contemplativa, composta de oração e de penitência. Às religiosas o Papa
confiou a vida da Igreja e da caridade fraterna. E, como sempre fez, em todas as ocasiões,
desde o início do seu Pontificado, pediu-lhes para rezar por sua pessoa e por seu
ministério petrino.
O trabalho e a missão das Filhas de Santa Clara de Assis
“são um verdadeiro dom de Deus, que elevam o espírito; são uma mediação do aperto
de mão de Deus com os homens, como continuação da criação”.
Após a visita às
Filhas de Santa Clara de Assis, o Santo Padre dirigiu-se à Praça diante da Residência
Pontifícia, para a celebração da Santa Missa, em honra da Assunção de Maria ao Céu.
Os numerosos fiéis, que superlotavam a praça central da cidadezinha, aplaudiram
com entusiasmo o Bispo de Roma e gritavam o conhecido slogan “Viva o Papa”.
Durante
a Santa Missa, o Pontífice pronunciou sua homilia, recordando, inicialmente, uma das
belas expressões do Concílio Vaticano II sobre Maria Santíssima: “A Virgem Imaculada,
preservada e imune de toda mancha da culpa original, após o curso da sua vida terrena,
foi elevada em corpo e alma à glória celeste. Assim, o Senhor a exaltou como Rainha
do Universo”.
O Papa recordou ainda outra expressão do Concílio Vaticano
II a figura de Nossa Senhora: “A Mãe de Jesus, no céu, é glorificada em corpo e
alma; ela é a imagem das primícias da Igreja, que terá seu cumprimento futuro; da
mesma forma, na terra, ela brilha como sinal de segura esperança e de consolação para
o Povo de Deus a caminho, enquanto vier o dia do Senhor”.
À luz deste lindo
ícone de Nossa Senhora, disse o Papa, podemos considerar a mensagem contida nas Leituras
bíblicas da Liturgia de hoje, concentrando-nos em três palavras-chaves: “luta,
ressurreição, esperança”. E, tomando o trecho do Apocalipse, que apresenta a visão
da “luta” entre uma mulher e o dragão, o Papa explicou:
“A figura
da mulher, que representa a Igreja, é, por um lado, gloriosa e triunfante; e, de outro,
representa inquietação. De fato, a Igreja é assim: no Céu, ela é associada à glória
do seu Senhor; na história, ela passa, continuamente, por provações e desafios, que
comportam o conflito entre Deus e o maligno, o inimigo de sempre”.
Nesta
luta, que os discípulos deviam enfrentar, Maria não os deixa sozinhos; a Mãe de Cristo
e da Igreja está sempre conosco. Também Maria, em certo sentido, compartilha desta
dúplice condição. Mas, depois, Ela entra para sempre na glória celeste. E o Papa esclareceu:
“Isto
não significa que ela está distante de nós, que esteja separada de nós. Não. Maria
nos acompanha, luta conosco; ela ampara os cristãos no combate contra as forças do
mal. A oração, com Maria, em particular o rosário, também tem esta dimensão “agonística”,
ou seja, de luta: uma oração que sustenta na batalha contra o maligno e os seus cúmplices”.
Depois,
o Santo Padre passou a interpretar a segunda palavra-chave da liturgia de hoje: a
“ressurreição”. O Apóstolo Paulo, ao escrever aos Coríntios, insiste: “Ser
cristão significa crer que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos”. Toda a
nossa fé baseia-se nesta verdade fundamental, que não é uma ideia, mas um evento.
Neste sentido, o Papa disse que o mistério da Assunção de Maria, em corpo e alma,
está todo inscrito na Ressurreição de Cristo:
“A humanidade da Mãe foi atraída
pelo Filho, na sua passagem pela morte. Jesus entrou, uma vez por todas, na vida eterna,
com toda a humanidade que havia recebido de Maria. Assim ela, como Mãe, O acompanhou
fielmente por toda a vida, com o seu coração e, com Ele, entrou para a vida eterna,
que também chamamos de Céu, Paraíso, Casa do Pai”.
A seguir, o Pontífice
recordou que Maria também passou pelo martírio da Cruz: ela viveu, na alma, a Paixão
do seu Filho, até o fim. Ela esteve plenamente unida a Ele na morte. Por isso, foi-lhe
dado o dom da ressurreição. Cristo tem a primazia entre os ressuscitados e Maria entre
os redimidos, a primeira entre “aqueles que são de Cristo”. Por fim, o Papa interpretou
a terceira palavra-chave da Liturgia de hoje: a “esperança”:
“Esperança
é a virtude de quem, ao passar pelo conflito, pela luta diária, entre a vida e a morte,
entre o bem e o mal, acredita na Ressurreição de Cristo, na vitória do Amor. O Magnificat
é o canto da esperança, o canto do Povo de Deus, que caminha na história. Este é o
canto de tantos santos e santas, alguns famosos e outros, muitíssimos outros, ignorados,
mas bem conhecidos por Deus”.
Entre todos esses santos ignorados, Papa
Francisco recordou, as mães, os pais, os catequistas, os missionários, os padres,
as freiras, os jovens e até as crianças, que lutaram na vida, levando no coração a
esperança dos pequeninos e dos humildes. Hoje, a Igreja canta o Magnificat
em todos os cantos da terra.
Este canto, frisou o Santo Padre, torna-se mais
intenso onde o Corpo de Cristo, ainda hoje, padece a Paixão. Mas, Maria também está
ali, ao lado das comunidades e, com elas, entoa o seu “canto da esperança”.
O
Bispo de Roma concluiu a sua homilia, exortando os fiéis presentes em Castel Gandolfo
a “se unirem, com todo o coração, a este canto de paciência e vitória, de luta e alegria,
que une a Igreja triunfante à peregrina, a terra ao Céu, a história à eternidade”.
(Sedoc)